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Parábolas de Jesus
vida futura; ele não é necessário lá; mas as boas obras feitas para
conquistar almas para Cristo, são levadas às mansões celestes. Mas
os que desperdiçam de forma egoísta as dádivas do Senhor, que dei-
xam seus semelhantes sem auxílio, e nada fazem para a promoção
da obra de Deus neste mundo, desonram seu Criador. Roubo a Deus
está escrito junto a seus nomes nos livros do Céu. O rico tinha tudo
quanto podia ser adquirido por dinheiro; mas não as riquezas que
teriam conservado sua conta justa com Deus. Vivera como se tudo
quanto possuía lhe pertencesse. Desdenhou o apelo de Deus e o cla-
mor do pobre sofredor. Mas finalmente lhe chega um convite a que
não pode deixar de atender. Por um poder que não pode questionar
nem resistir, lhe é ordenado que entregue os bens de que não será
mais mordomo. O homem que fora rico está reduzido a uma pobreza
desesperadora. As vestes da justiça de Cristo, tecidas no tear do Céu,
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jamais podem cobri-lo. Ele, que uma vez usara a mais rica púrpura,
o mais fino linho, está reduzido à nudez. Sua oportunidade findou.
Nada trouxe ao mundo, e nada pode levar dele.
Cristo levantou a cortina e apresentou este quadro aos sacerdo-
tes e maiorais, escribas e fariseus. Olhai-o vós que sois ricos nos
bens deste mundo, e não sois ricos para com Deus. Não quereis
contemplar esta cena? O que é mais estimável entre os homens é
abominável à vista de Deus. Cristo diz: “Pois que aproveitaria ao
homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou que daria o
homem pelo resgate da sua alma?”
Marcos 8:36, 37
.
Aplicação à nação judaica
Quando Cristo deu a parábola do rico e Lázaro, havia muitos
na nação judaica na condição lastimosa do rico, usando os bens do
Senhor para a própria satisfação egoísta, preparando-se para ouvir
a sentença: “Pesado foste na balança e foste achado em falta.”
Da-
niel 5:27
. O rico foi favorecido com todas as bênçãos temporais e
espirituais, mas recusou cooperar com Deus no uso destas bênçãos.
Isto se dava com a nação judaica. O Senhor fizera dos judeus depo-
sitários da verdade sagrada. Nomeou-os mordomos de Sua graça.
Deu-lhes todas as vantagens temporais e espirituais, encarregou-os
de partilhar estas bênçãos. Uma instrução especial fora-lhes dada
a respeito do tratamento de irmãos empobrecidos, dos estrangeiros