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A sementeira da verdade
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Os mestres de Israel não disseminavam a semente da Palavra de
Deus. A obra de Cristo como Mestre da verdade estava em notável
contraste com a dos rabinos do Seu tempo. Eles se firmavam sobre
tradições, teorias humanas e especulações. Muitas vezes aquilo que
homens tinham ensinado ou escrito sobre a Palavra, colocavam
no lugar da própria Palavra. Seus ensinos não tinham poder para
refrigerar a alma. O tema das pregações e ensinamentos de Cristo
era a Palavra de Deus. Respondia a interlocutores com um simples:
“Está escrito.”
Lucas 4:8, 10
. “Que diz a Escritura?” “Como lês?”
Lucas 10:26
. Em cada oportunidade, quando era despertado interesse
por um amigo ou adversário, lançava a semente da Palavra. Ele, que
é o Caminho, a Verdade e a Vida, Ele que é o próprio Verbo vivo,
aponta às Escrituras e diz: “São elas que de Mim testificam.”
João
5:39
. “E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-
lhes o que dEle se achava em todas as Escrituras.”
Lucas 24:27
.
Os servos de Cristo devem fazer a mesma obra. Em nosso tempo,
como na antiguidade, as verdades vitais da Palavra de Deus são
substituídas por teorias e especulações humanas. Muitos professos
ministros do Evangelho não aceitam toda a Bíblia como a Palavra
inspirada. Um sábio rejeita esta parte, outro duvida daquela. Elevam
sua opinião acima da Palavra; e as Escrituras que eles ensinam,
repousam sobre a autoridade deles próprios. Sua autenticidade di-
vina é destruída. Deste modo é semeada largamente a semente da
incredulidade; porque o povo é confundido e não sabe o que crer.
Há muitas crenças que a mente não tem o direito de entreter. Nos
dias de Cristo os rabinos forçavam uma construção mística sobre
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muitas porções das Escrituras. Porque os claros ensinos da Palavra
de Deus lhes condenavam as práticas, procuravam destruir-lhes a
força. O mesmo acontece hoje em dia. Deixa-se parecer a Palavra
de Deus cheia de mistérios e trevas, para desculpar as transgressões
de Sua lei. Em Seus dias, Cristo censurava estas práticas. Ensinava
que a Palavra de Deus deve ser compreendida por todos. Apontava
às Escrituras como de autoridade inquestionável, e devemos fazer
o mesmo. A Bíblia deve ser apresentada como a Palavra do Deus
infinito, como o termo de toda polêmica e o fundamento de toda fé.
A Bíblia tem sido espoliada de seu poder, e vemos a conseqüên-
cia no abaixamento do tom da vida espiritual. Nos sermões de muitos
púlpitos de hoje, não há aquela divina manifestação, que desperta a