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Parábolas de Jesus
Às palavras: “Guarda os mandamentos”, o jovem respondeu:
“Quais?”
Mateus 19:17, 18
. Supôs que fossem alguns preceitos
cerimoniais; mas Cristo falava da lei dada no Sinai. Mencionou
diversos mandamentos da segunda tábua do decálogo, e resumiu-os
todos no preceito: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
Mateus
19:19
.
O jovem respondeu sem hesitação: “Tudo isso tenho guardado
desde a minha mocidade; que me falta ainda?”
Mateus 19:20
. Sua
compreensão da lei era externa e superficial. Julgado segundo o
padrão humano, preservara caráter irrepreensível. Em grande parte
sua vida exterior fora isenta de culpa; acreditara realmente que sua
obediência fora sem falha. Contudo tinha um receio íntimo de que
nem tudo estava direito entre seu coração e Deus. Isso originou a
pergunta: “Que me falta ainda?”
“Se queres ser perfeito”, disse Cristo, “vai, vende tudo o que
tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no Céu; e vem e segue-Me.
E o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía
muitas propriedades.”
Mateus 19:21, 22
. O amante de si mesmo é
transgressor da lei. Isto quis Jesus revelar ao jovem, e submeteu-
o a uma prova de modo tal, que manifestaria o egoísmo de seu
coração. Mostrou-lhe a nódoa do caráter. O jovem não desejou mais
esclarecimento. Nutrira na alma um ídolo — o mundo era o seu deus.
Professava ter guardado os mandamentos, porém estava destituído do
princípio que é o próprio espírito e vida de todos eles. Não possuía
verdadeiro amor a Deus e ao homem. Esta falta era a carência de
tudo quanto o qualificaria para entrar no reino do Céu. Em seu amor
ao próprio eu e ao ganho terrestre, estava em desarmonia com os
princípios do Céu.
Quando este jovem príncipe foi ter com Jesus, sua sinceridade
e fervor conquistaram o coração do Salvador. “Olhando para ele, o
amou.”
Marcos 10:21
. Nele viu alguém que poderia trabalhar como
pregador da justiça. Teria recebido este jovem talentoso e nobre tão
prontamente como recebera os pobres pescadores que O seguiam.
Se devotasse sua aptidão à obra de salvar almas, poderia tornar-se
obreiro diligente e bem-sucedido para Cristo.
Precisava, porém, aceitar primeiramente as condições do disci-
pulado. Precisava entregar-se a Deus sem reservas. Ao convite do
Salvador, João, Pedro, Mateus e seus companheiros, deixando tudo,