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Parábolas de Jesus
e demonstra que são indignos de confiança. Revela seu desejo de
exaltação própria, desconfiança de Deus, e espírito ambicioso e de
inveja para com os irmãos. A bondade e a liberalidade do Senhor
lhes é motivo de murmuração. Assim demonstram não ter afinidade
com Deus. Não conhecem a alegria da cooperação com o Obreiro
por excelência.
Nada mais ofensivo há para Deus que este espírito acanhado, e
que cuida só de si. Não pode Ele operar com os que manifestam tais
predicados. São insensíveis à operação de Seu Espírito.
Os judeus foram os primeiros a serem chamados para a vinha do
Senhor; e por isso eram altivos e cheios de justiça própria. Cuidavam
que seus longos anos de trabalho os titulavam para receber galardão
maior do que os outros. Nada lhes foi mais exasperante do que uma
insinuação de que os gentios deveriam ser admitidos aos mesmos
privilégios que eles nas coisas de Deus.
Cristo advertiu os discípulos que primeiro foram chamados a
segui-Lo, a que não acariciassem o mesmo mal. Viu que o espírito
de justiça própria seria a causa da debilidade e maldição da igreja.
Os homens pensariam que poderiam fazer alguma coisa para obter
lugar no reino dos Céus. Imaginariam que quando tivessem feito
certos progressos o Senhor viria para auxiliá-los. Assim haveria
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abundância do próprio eu e pouco de Jesus. Muitos que houvessem
progredido um pouco se jactariam e considerariam superiores a
outros. Seriam ávidos de lisonjas, invejosos se não fossem tidos por
mais importantes. Cristo procurou proteger Seus discípulos contra
este perigo.
Não é cabível o vangloriar-nos de algum mérito. “Não se glorie
o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se
glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto:
em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço beneficência,
juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o
Senhor.”
Jeremias 9:23, 24
.
A recompensa não é pelas obras, para que ninguém se glorie,
mas pela graça. “Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso
pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras,
tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a
Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão