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Parábolas de Jesus
glória. Este pensamento suaviza toda fadiga, robustece a vontade,
fortalece o espírito para tudo que suceder. Trabalhando com coração
isento de egoísmo, enobrecidos por serem participantes dos sofri-
mentos de Cristo, partilhando de Suas simpatias e colaborando com
Ele em Sua obra, ajudam a intensificar a Sua alegria e a acrescentar
honra e louvor ao Seu nome exaltado.
Esse é o espírito de todo serviço verdadeiro para Deus. Pela
falta do mesmo, muitos que aparentam ser os primeiros se tornarão
os últimos, enquanto os que o possuem, embora considerados os
últimos, se tornarão os primeiros.
Muitos há que se entregaram a Cristo, todavia não vêem oportu-
nidade de realizar grande obra ou fazer grandes sacrifícios em Seu
serviço. Estes podem achar conforto no pensamento de que não é
necessariamente a abnegação do mártir que é mais aceitável a Deus;
pode ser que o missionário que enfrente diariamente o perigo e a
morte, não tome a mais elevada posição nos registros do Céu. O
cristão que o é em sua vida particular, na renúncia diária do eu, na
sinceridade de propósito e pureza de pensamento, em mansidão sob
provocação, em fé e piedade, em fidelidade nas coisas mínimas, que
na vida familiar representa o caráter de Cristo, esse pode ser mais
precioso aos olhos de Deus que o missionário ou mártir de fama
mundial.
Oh, como são diferentes os padrões pelos quais Deus e o homem
medem o caráter! Deus vê muitas tentações resistidas das quais o
mundo e até os amigos íntimos nunca sabem — tentações no lar e no
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coração. Vê a humildade da alma em vista de sua própria fraqueza;
o arrependimento sincero, até de um pensamento que é mau. Vê a
inteira devoção a Seu serviço. Anotou as horas de duros combates
com o próprio eu — combates que trouxeram vitória. Tudo isto os
anjos e Deus sabem. Um memorial há escrito diante dEle, para os
que temem ao Senhor e para os que se lembram do Seu nome.
O segredo do êxito não é encontrado nem em nossa erudição,
nem em nossa posição, nem em nosso número ou nos talentos a nós
confiados, nem na vontade do homem. Cônscios de nossa deficiência
devemos contemplar a Cristo, e por Ele que é a força por excelência,
a expressão máxima do pensamento, o voluntário e obediente obterá
uma vitória após outra.