Página 104 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
havia esperança; estavam certos de que Deus era seu amigo, e de
que ainda os estava guiando.
Abraão não podia explicar a direção da Providência; não reali-
zara as suas expectativas; mas mantinha com firmeza a promessa:
“Abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bên-
ção”.
Gênesis 12:2
. Com oração fervorosa considerava ele como
preservar a vida de seu povo e de seus rebanhos, mas não consentia
que as circunstâncias lhe abalassem a fé na palavra de Deus. Para
escapar da fome desceu ao Egito. Não abandonou Canaã, nem, em
sua situação angustiosa, voltou para a Caldéia, donde viera, e onde
não havia falta de pão; mas buscou um refúgio temporário tão perto
quanto possível da terra da promessa, tencionando voltar em breve
para o lugar em que Deus o colocara.
O Senhor em Sua providência trouxera esta prova a Abraão a
fim de lhe ensinar lições de submissão, paciência e fé, lições que
deveriam ser registradas para benefício de todos os que mais tarde
fossem chamados a suportar a aflição. Deus dirige Seus filhos por um
caminho que eles não conhecem; mas não Se esquece dos que nEle
põem a confiança, nem os rejeita. Permitiu que a aflição sobreviesse
a Jó, mas não o abandonou. Consentiu que o amado João fosse
exilado para a solitária ilha de Patmos, mas o Filho de Deus o
encontrou ali, e sua visão esteve repleta de cenas de glória imortal.
Deus permite que as provações assaltem Seu povo, a fim de que
pela sua constância e obediência possam eles mesmos enriquecer
espiritualmente, e possa o seu exemplo ser uma fonte de força aos
outros. “Eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor;
pensamentos de paz, e não de mal”.
Jeremias 29:11
. As mesmas
provações que da maneira mais severa provam a nossa fé, e fazem
parecer que Deus nos abandonou, devem levar-nos para mais perto
de Cristo, para que possamos depor todos os nossos fardos a Seus
pés, e experimentar a paz que Ele, em troca, nos dará.
Deus sempre tem provado o Seu povo na fornalha da aflição.
É no calor da fornalha que a escória se separa do verdadeiro ouro
do caráter cristão. Jesus vigia a prova; Ele sabe o que é necessário
para purificar o precioso metal, para que este possa refletir o brilho
de Seu amor. É por meio de sofrimentos severos, decisivos, que
Deus disciplina Seus servos. Ele vê que alguns têm capacidades
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que poderão ser empregadas no avançamento de Sua obra, e põe