Abraão em Canaã
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manifestava contudo a confiança de uma criança a rogar a seu amado
pai. Achegou-se ao mensageiro celeste, e instou fervorosamente
com a sua petição. Conquanto Ló se tornasse morador em Sodoma,
não participava da iniqüidade de seus habitantes. Abraão julgava
que naquela populosa cidade deveria haver outros adoradores do
verdadeiro Deus. E em vista disto rogou ele: “Longe de Ti que faças
tal coisa, que mates o justo com o ímpio; [...] longe de Ti seja. Não
faria justiça o Juiz de toda a Terra?”
Gênesis 18:25
. Abraão não
pediu simplesmente uma vez, mas muitas vezes. Tornando-se mais
ousado, ao serem satisfeitos os seus pedidos, continuou até obter
certeza de que, se mesmo dez pessoas justas pudessem achar-se nela,
a cidade seria poupada.
O amor pelas almas que pereciam, inspirava a oração de Abraão.
Ao mesmo tempo em que lhe repugnavam os pecados daquela ci-
dade corrupta, desejava que os pecadores pudessem salvar-se. Seu
profundo interesse por Sodoma mostra a ansiedade que devemos ex-
perimentar pelos impenitentes. Devemos alimentar ódio ao pecado,
mas piedade e amor para com o pecador. Em redor de nós existem
almas que descem à ruína, tão irremediável, tão terrível, como aquela
que recaiu sobre Sodoma. Cada dia o tempo de graça de alguém se
encerra. Cada hora alguns passam para além do alcance da miseri-
córdia. E onde estão as vozes de aviso e rogo, mandando o pecador
fugir desta condenação terrível? Onde estão as mãos estendidas para
o fazer retroceder do caminho da morte? Onde estão os que com
humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?
O espírito de Abraão era o espírito de Cristo. O Filho de Deus é
o grande intercessor em favor do pecador. Aquele que pagou o preço
pela redenção da alma humana, sabe o valor de uma alma. Com tal
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antagonismo ao mal, que unicamente pode existir em uma natureza
imaculadamente pura, Cristo manifestou para com o pecador um
amor que apenas a infinita bondade poderia conceder. Nas agonias
da crucifixão, Ele próprio sobrecarregado com o peso medonho
dos pecados do mundo inteiro, orou por aqueles que O aviltavam e
assassinavam: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Lucas 23:34
.
De Abraão está escrito que “foi chamado o amigo de Deus” (
Ti-
ago 2:23
), “pai de todos os que crêem”.
Romanos 4:11
. O testemu-
nho de Deus com relação a este fiel patriarca, é: “Abraão obedeceu