Página 116 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os
Meus estatutos, e as Minhas leis”.
Gênesis 26:5
. E outra vez: “Eu
o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa
depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para obrarem
com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que
acerca dele tem falado”.
Gênesis 18:19
. Alta honra aquela a que
Abraão foi chamado, para ser o pai do povo que durante séculos
foram os guardas e preservadores da verdade de Deus para o mundo,
sim, daquele povo por meio do qual todas as nações da Terra seriam
benditas no advento do Messias prometido. Mas Aquele que chamou
o patriarca julgou-o digno. É Deus quem fala. Aquele que de longe
compreende os pensamentos, e dos homens faz justa apreciação, diz:
“Eu o tenho conhecido”. Não haveria por parte de Abraão qualquer
traição à verdade por intuitos egoístas. Ele guardaria a lei, e proce-
deria justa e retamente. E não somente temeria ele próprio o Senhor,
mas cultivaria em seu lar a religião. Instruiria a família na justiça. A
lei de Deus seria a regra em sua casa.
A casa de Abraão compreendia mais de mil pessoas. Aqueles que
eram levados pelos seus ensinos a adorar o único Deus, encontravam
um lar em seu acampamento; e ali, como em uma escola, recebiam
a instrução que os habilitaria a serem representantes da verdadeira
fé. Assim, grande responsabilidade repousava sobre ele. Estava a
educar chefes de famílias, e seus métodos de governo seriam levados
para as casas a que eles presidiriam.
Nos tempos primitivos o pai era o governador e sacerdote de sua
família, e exercia autoridade sobre os filhos, mesmo depois que estes
tinham suas próprias famílias. Os descendentes eram ensinados a
considerá-lo como seu chefe, tanto em assuntos religiosos como
seculares. Este sistema de governo patriarcal Abraão esforçou-se por
perpetuar, sendo que o mesmo favorecia a conservar o conhecimento
de Deus. Era necessário ligar os membros da casa conjuntamente,
para edificar-se uma barreira contra a idolatria, que se havia tor-
nado tão espalhada e profundamente estabelecida. Abraão procurou
por todos os meios ao seu alcance guardar os domésticos de seu
acampamento de se misturarem com os gentios e de testemunharem
suas práticas idólatras; pois sabia que a familiaridade com os maus
corromperia insensivelmente os princípios. O máximo cuidado foi
exercido para excluir toda a forma de religião falsa, e impressionar
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