Página 13 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Por que foi permitido o pecado?
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liberdade que Deus concedera a Suas criaturas. O pecado originou-
se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus,
e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúci-
fer, “filho da alva”, era o primeiro dos querubins cobridores, santo,
incontaminado. Permanecia na presença do grande Criador, e os
incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam
sobre ele. “Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida,
cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim
de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura. [...] Tu eras
querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de
Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras
nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou
iniqüidade em ti”.
Ezequiel 28:12-15
.
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de
exaltação própria. Dizem as Escrituras: “Elevou-se o teu coração por
causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu
resplendor”.
Ezequiel 28:17
. “Tu dizias no teu coração: [...] acima
das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. [...] Serei semelhante ao
Altíssimo”.
Isaías 14:13, 14
. Se bem que toda a sua glória proviesse
de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente
a si próprio. Não contente com sua posição, embora fosse mais
honrado do que a hoste celestial, arriscou-se a cobiçar a homenagem
devida unicamente ao Criador. Em vez de procurar fazer com que
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Deus fosse o alvo supremo das afeições e fidelidade de todos os seres
criados, consistiu o seu esforço em obter para si o serviço e lealdade
deles. E, cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho,
este príncipe dos anjos aspirou ao poder que era a prerrogativa de
Cristo apenas.
Quebrantou-se então a perfeita harmonia do Céu. A disposição
de Lúcifer para servir a si em vez de ao Criador, suscitou um senti-
mento de apreensão ao ser observada por aqueles que consideravam
dever a glória de Deus ser suprema. No conselho celestial os anjos
insistiam com Lúcifer. O Filho de Deus apresentou perante ele a
grandeza, a bondade e a justiça do Criador, e a natureza imutável,
sagrada de Sua lei. O próprio Deus estabelecera a ordem do Céu;
e, desviando-se dela, Lúcifer desonraria ao seu Criador, e traria a
ruína sobre si. Mas a advertência, feita com amor e misericórdia
infinitos, apenas despertou espírito de resistência. Lúcifer consentiu