Página 14 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
que prevalecessem seus sentimentos de inveja para com Cristo, e se
tornou mais decidido.
Disputar a supremacia do Filho de Deus, desafiando assim a
sabedoria e o amor do Criador, tornara-se o propósito desse príncipe
dos anjos. Para tal objetivo estava ele a ponto de aplicar as energias
daquela mente superior, que, abaixo da de Cristo, era a primeira den-
tre os exércitos de Deus. Mas Aquele que queria livres as vontades
de todas as Suas criaturas, a ninguém deixou desprevenido quanto
ao sofisma desconcertante por meio do qual a rebelião procuraria
justificar-se. Antes que se iniciasse a grande luta, todos deveriam ter
uma apresentação clara a respeito da vontade dAquele cuja sabedoria
e bondade eram a fonte de toda a sua alegria.
O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele,
para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Fi-
lho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres
criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do
Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos. Em redor do
trono reuniam-se os santos anjos, em uma multidão vasta, inume-
rável — “milhões de milhões, e milhares de milhares” (
Apocalipse
5:11
), estando os mais exaltados anjos, como ministros e súditos, a
regozijar-se na luz que, da presença da Divindade, caía sobre eles.
Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém,
a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente
em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos con-
selhos de Sua vontade. O Filho de Deus executara a vontade do
Pai na criação de todos os exércitos do Céu; e a Ele, bem como a
Deus, eram devidas as homenagens e fidelidade daqueles. Cristo ia
ainda exercer o poder divino na criação da Terra e de seus habitan-
tes. Em tudo isto, porém, não procuraria poder ou exaltação para Si
mesmo, contrários ao plano de Deus, mas exaltaria a glória do Pai, e
executaria Seus propósitos de beneficência e amor.
Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e,
prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lú-
cifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito
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estranho, violento. A verdade, a justiça e a lealdade estavam a lutar
contra a inveja e o ciúme. A influência dos santos anjos pareceu por
algum tempo levá-lo com eles. Ao ascenderem os cânticos de lou-
vores, em melodiosos acordes, avolumados por milhares de alegres