Página 149 - Patriarcas e Profetas (2007)

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O casamento de Isaque
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incrédulo há uma diferença radical de gostos, inclinações e propó-
sitos. Estão a servir dois senhores, entre os quais não pode haver
concórdia. Por mais puros e corretos que sejam os princípios de um,
a influência de um companheiro ou companheira incrédula terá uma
tendência para afastar de Deus.
A pessoa que entrou para a relação matrimonial quando ainda
não convertida, coloca-se pela sua conversão sob uma obrigação
maior de ser fiel ao consorte, por mais que difiram com respeito à
fé religiosa; todavia, as reivindicações de Deus devem ser postas
acima de toda a relação terrena, mesmo que provas e perseguições
possam ser o resultado. Com espírito de amor e mansidão, esta
fidelidade pode ter influência no sentido de ganhar o descrente. Mas
o casamento de cristãos com ímpios é proibido na Bíblia. A instrução
do Senhor é: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis”.
2 Coríntios 6:14
.
Isaque foi altamente honrado por Deus, sendo feito herdeiro das
promessas pelas quais o mundo deveria ser bendito; entretanto, aos
quarenta anos de idade, sujeitou-se ao ensino de seu pai ao designar
seu servo experimentado e temente a Deus, a fim de escolher-lhe uma
esposa. E o resultado daquele casamento, conforme é apresentado
nas Escrituras, é um quadro terno e belo, de felicidade doméstica:
“E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca,
e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado depois
da morte de sua mãe”.
Gênesis 24:67
.
Que contraste entre o procedimento de Isaque e o que é praticado
pelos jovens de nossos tempos, mesmo entre os professos cristãos!
Os jovens mui freqüentemente acham que a entrega de suas afeições
é uma questão na qual o eu apenas deveria ser consultado, questão
esta que nem Deus nem os pais de qualquer modo deveriam dirigir.
Muito antes de atingirem a idade de homens ou mulheres feitos,
julgam-se competentes para fazer sua escolha, sem o auxílio de
seus pais. Alguns anos de vida conjugal são usualmente bastantes
para mostrar-lhes seu erro, mas muitas vezes demasiado tarde para
impedir seus resultados funestos. Pela mesma falta de prudência
e domínio próprio que determinaram a escolha precipitada, dá-se
ocasião a que o mal se agrave, até que a relação matrimonial se torne
um jugo mortificante. Muitos assim fizeram naufragar sua felicidade
nesta vida, e sua esperança da vida futura.
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