Página 161 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Fuga e exílio de Jacó
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anjos celestiais. Em vista destas bênçãos inumeráveis, deve muitas
vezes perguntar, com coração submisso e grato: “Que darei eu ao
Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?”
Salmos 116:12
.
Nosso tempo, nossos talentos, nossa propriedade devem ser, de
maneira santa, dedicados Àquele que nos confiou estas bênçãos.
Quando quer que um livramento especial seja operado em nosso
favor, ou novas e inesperadas bênçãos nos são concedidas, devemos
reconhecer a bondade de Deus não simplesmente exprimindo nossa
gratidão com palavras, mas, como Jacó, por meio de dádiva e ofer-
tas à Sua causa. Assim como estamos continuamente a receber as
bênçãos de Deus, assim devemos estar continuamente a dar.
“De tudo quanto me deres”, disse Jacó, “certamente Te darei o
dízimo”.
Gênesis 28:22
. Deveremos nós, que desfrutamos a plena
luz e os privilégios do evangelho, estar contentes com dar menos
a Deus do que foi dado por aqueles que viveram na dispensação
anterior, menos favorecida? Ao contrário, sendo que as bênçãos que
fruímos são maiores, não se acham nossas obrigações aumentadas
de modo correspondente? Que pequeno o preço! Como é vão o
esforço de medir com regras matemáticas, o tempo, dinheiro e amor,
em face de um amor e sacrifício imensuráveis e que não se podem
avaliar. Dízimos para Cristo! Oh, mesquinha esmola, vergonhosa
recompensa daquilo que tanto custou. Da cruz do Calvário Cristo
pede uma consagração sem reservas. Tudo que temos, tudo que
somos, deve ser dedicado a Deus.
Com uma fé nova e permanente nas promessas divinas e certo
da presença e guarda dos anjos celestiais, Jacó prosseguiu em sua
jornada para “a terra dos filhos do Oriente”.
Gênesis 29:1
. Mas quão
diferente foi sua chegada da do mensageiro de Abraão, quase cem
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anos antes! O servo chegara com um séquito de ajudantes viajando
em camelos, e com ricos presentes de ouro e prata; Jacó era um
viajante solitário, tendo magoados os pés, sem nada possuir a não
ser seu bastão. Como o servo de Abraão, Jacó se deteve ao lado
de um poço, e foi aqui que ele se encontrou com Raquel, a filha
mais moça de Labão. Agora foi Jacó que prestou serviço, volvendo a
pedra do poço, e dando a beber aos rebanhos. Dando a conhecer o seu
parentesco, foi bem recebido na casa de Labão. Se bem que tivesse
vindo desprovido e desacompanhado, poucas semanas mostraram o
valor de sua diligência e habilidade, e insistiu-se com ele que ficasse.