Página 186 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
bênção divina. José atribuía seu êxito ao favor de Deus, e mesmo
seu senhor idólatra aceitava isto como o segredo de sua prosperi-
dade sem-par. Sem um esforço perseverante e bem dirigido jamais
poderia, entretanto, haver conseguido o êxito. Deus era glorificado
pela fidelidade de Seu servo. Era Seu propósito que em pureza e
correção o crente em Deus se mostrasse em assinalado contraste com
os adoradores de ídolos — para que assim a luz da graça celestial
pudesse resplandecer entre as trevas do paganismo.
A gentileza e fidelidade de José ganharam o coração do capitão-
mor, o qual veio a considerá-lo como filho, em vez de escravo. O
jovem foi levado em contato com homens de posição e saber, e
adquiriu conhecimentos de ciências, línguas e negócios, educação
necessária para o futuro primeiro-ministro do Egito.
A fé e integridade de José deveriam, porém, ser experimentadas
por terríveis provas. A esposa de seu senhor esforçou-se por seduzir
o jovem a transgredir a lei de Deus. Até ali ele permanecera incon-
taminado da corrupção que enchia aquela terra gentílica; mas esta
tentação tão súbita, forte e sedutora, como poderia ser enfrentada?
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José bem sabia qual seria a conseqüência da resistência. De um lado
estavam o encobrimento, os favores e as recompensas; do outro a
desgraça, a prisão, a morte talvez. Toda sua vida futura dependia da
decisão do momento. Triunfariam os princípios? Seria José ainda
fiel a Deus? Com inexprimível ansiedade os anjos olhavam para
aquela cena.
A resposta de José revela o poder do princípio religioso. Ele não
trairia a confiança de seu senhor na Terra, e, quaisquer que fossem
as conseqüências, seria fiel ao seu Senhor no Céu. Sob o olhar
examinador de Deus e dos santos anjos, muitos tomam liberdades
de que não se achariam culpados na presença de seus semelhantes;
porém, o primeiro pensamento de José foi Deus. “Como pois faria
eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?” disse ele.
Gênesis
39:9
.
Se acalentássemos uma impressão habitual de que Deus vê e
ouve tudo que fazemos e dizemos, e conserva um registro fiel de
nossas palavras e ações, e de que devemos deparar tudo isto, teríamos
receio de pecar. Lembrem-se sempre os jovens de que, onde quer
que estejam, e o que quer que façam, acham-se na presença de Deus.
Parte alguma de nossa conduta escapa à observação. Não podemos