José no Egito
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compunção de remorso pelo seu esquecimento e ingratidão. Ele
informou de pronto ao rei como o seu sonho e o do padeiro-mor
foram interpretados por um cativo hebreu, e como se cumpriram as
predições.
Foi humilhante a Faraó volver dos mágicos e sábios de seu reino
para consultar um estrangeiro e escravo; mas estava pronto para
aceitar o mais humilde serviço caso pudesse seu espírito perturbado
encontrar alívio. Mandaram chamar imediatamente a José; tirou
suas roupas de prisioneiro, barbeou-se, pois o cabelo crescera muito
durante o tempo de opróbrio e reclusão. Foi então conduzido à
presença do rei.
“E Faraó disse a José: Eu sonhei um sonho, e ninguém há que
o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o
interpretas. E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em
mim; Deus dará resposta de paz a Faraó”.
Gênesis 41:15
. A resposta
de José ao rei, revela sua humildade e fé em Deus. Modestamente
não se atribui a honra de possuir em si sabedoria superior. “Isso não
está em mim”.
Gênesis 41:16
. Unicamente Deus pode explicar estes
mistérios.
Faraó então se põe a relatar os sonhos: “Estava eu em pé na praia
do rio, e eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas
à vista, e pastavam no prado. E eis que outras sete vacas subiam após
estas, muito feias à vista, e magras de carne; não tenho visto outras
tais, quanto à fealdade, em toda a terra do Egito. E as vacas magras
e feias comiam as primeiras sete vacas gordas; e entraram em suas
entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas
entranhas; porque o seu parecer era feio como no princípio. Então
acordei. Depois vi em meu sonho, e eis que dum mesmo pé subiam
sete espigas cheias e boas; e eis que sete espigas secas, miúdas e
queimadas do vento oriental, brotavam após elas. E as sete espigas
miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos magos,
mas ninguém houve que mo interpretasse”.
Gênesis 41:17-24
.
“O sonho de Faraó é um só”, disse José. “O que Deus há de fazer,
notificou-o a Faraó”.
Gênesis 41:25
. Haveria sete anos de grande
abundância. Campos e hortas produziriam mais abundantemente
do que nunca haviam produzido. E este período seria seguido de
sete anos de fome. “E não será conhecida a abundância na terra, por
causa daquela fome que haverá depois; porquanto será gravíssima”.