A páscoa
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a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e verdade”.
João 1:14
.
Os seguidores de Cristo devem ser participantes de Sua experiência.
Devem receber e assimilar a Palavra de Deus de modo que esta se
torne a força impulsora da vida e das ações. Pelo poder de Cristo
devem ser transformados à Sua semelhança, e refletir os atributos
divinos. Devem comer a carne e beber o sangue do Filho do ho-
mem, ou não haverá vida neles. O espírito e a obra de Cristo devem
tornar-se o espírito e obra de Seus discípulos.
O cordeiro devia ser comido com ervas amargosas, indicando
isto a amargura do cativeiro egípcio. Assim, quando nos alimen-
tamos de Cristo, deve ser com contrição de coração, por causa de
nossos pecados. O uso dos pães asmos era também significativo. Era
expressamente estipulado na lei da Páscoa, e de maneira igualmente
estrita observado pelos judeus, em seu costume, que fermento algum
se encontrasse em suas casas durante a festa. De modo semelhante,
o fermento do pecado devia ser afastado de todos os que recebessem
vida e nutrição de Cristo. Assim Paulo escreve à igreja dos corín-
tios: “Alimpai-vos pois do fermento velho, para que sejais uma nova
massa. [...] Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo
que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento
da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da
verdade”.
1 Coríntios 5:7, 8
.
Antes de obterem liberdade, os escravos deviam mostrar fé no
grande livramento prestes a realizar-se. O sinal de sangue devia
ser posto em suas casas, e deviam, com as famílias, separar-se dos
egípcios e reunir-se dentro de suas próprias habitações. Houvessem
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os israelitas desrespeitado em qualquer particular as instruções a eles
dadas, houvessem negligenciado separar seus filhos dos egípcios,
houvessem morto o cordeiro mas deixado de aspergir o sangue nas
ombreiras, ou tivesse alguém saído de casa, e não teriam estado livres
de perigo. Poderiam honestamente ter crido haver feito tudo quanto
era necessário, mas não os teria salvo a sua sinceridade. Todos os
que deixassem de atender às instruções do Senhor, perderiam o
primogênito pela mão do destruidor.
Pela obediência, o povo devia dar prova de fé. Assim, todos os
que esperam ser salvos pelos méritos do sangue de Cristo, devem
compenetrar-se de que eles próprios têm algo a fazer para conseguir
a salvação. Conquanto seja apenas Cristo que nos pode remir da pena