Página 244 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
da transgressão, devemos desviar-nos do pecado para a obediência.
O homem deve ser salvo pela fé, e não pelas obras; contudo, a fé
deve mostrar-se pelas obras. Deus deu Seu Filho para morrer como
propiciação pelo pecado, Ele manifestou a luz da verdade, o caminho
da vida, Ele concedeu oportunidades, ordenanças e privilégios; e
agora o homem deve cooperar com esses instrumentos de salvação;
deve apreciar e usar os auxílios que Deus proveu — crer e obedecer
a todas as reivindicações divinas.
Quando Moisés relatou a Israel as providências tomadas por
Deus para o seu livramento, “o povo inclinou-se e adorou”.
Êxodo
12:27
. A alegre esperança de liberdade, o tremendo conhecimento
de juízo iminente sobre os opressores, os cuidados e afazeres de que
dependia a sua rápida partida, tudo naquela ocasião foi absorvido
pela gratidão para com seu Libertador, cheio de graça. Muitos dos
egípcios foram levados a reconhecer o Deus dos hebreus como o
único verdadeiro Deus, e pediram agora que se lhes permitisse en-
contrar abrigo nos lares de Israel, quando o anjo destruidor passasse
pela terra. Foram alegremente recebidos, e comprometeram-se dali
em diante a servir ao Deus de Jacó, e saírem do Egito com Seu povo.
Os israelitas obedeceram às instruções que Deus dera. Rápida e
secretamente fizeram os preparativos para a partida. Suas famílias
reuniram-se, o cordeiro pascal foi morto, a carne foi assada ao fogo,
e preparados os pães asmos e as ervas amargosas. O pai e sacerdote
da casa aspergiu o sangue nas ombreiras, e reuniu-se à família den-
tro de casa. Às pressas e em silêncio comeu-se o cordeiro pascal.
Com temor respeitoso, o povo orava e vigiava, estando o coração do
primogênito, desde o homem forte até a criancinha, a palpitar de um
terror indefinível. Pais e mães cingiam nos braços seus amados pri-
mogênitos, ao pensarem no golpe terrível que deveria ser desferido
aquela noite. Mas nenhuma habitação de Israel foi visitada pelo anjo
distribuidor da morte. O sinal de sangue — sinal de proteção de um
Salvador — encontrava-se em suas portas, e o destruidor não entrou.
À meia-noite “havia grande clamor no Egito, porque não havia
casa em que não houvesse um morto”. Todo primogênito na terra,
“desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao
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primogênito do cativo que estava no cárcere e todos os primogênitos
dos animais” (
Êxodo 12:29-33
), haviam sido feridos pelo destrui-
dor. Por todo o vasto reino do Egito, o orgulho de cada casa fora