A criação
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pecilho fora posto ao desejo de satisfação própria, paixão fatal que
está na base da queda de Satanás. A árvore da ciência, que se achava
próxima da árvore da vida, no meio do jardim, devia ser uma prova
da obediência, fé e amor de nossos primeiros pais. Ao mesmo tempo
em que se lhes permitia comer livremente de todas as outras árvores,
era-lhes proibido provar desta, sob pena de morte. Deviam também
estar expostos às tentações de Satanás; mas, se resistissem à prova,
seriam finalmente colocados fora de seu poder, para desfrutarem o
favor perpétuo de Deus.
Deus pôs o homem sob a lei, como condição indispensável de
sua própria existência. Ele era um súdito do governo divino, e não
pode haver governo sem lei. Deus poderia ter criado o homem sem
a faculdade de transgredir a Sua lei; poderia ter privado a mão
de Adão de tocar no fruto proibido; neste caso, porém, o homem
teria sido, não uma entidade moral, livre, mas um simples autômato.
Sem liberdade de opção, sua obediência não teria sido voluntária,
mas forçada. Não poderia haver desenvolvimento de caráter. Tal
maneira de agir seria contrária ao plano de Deus ao tratar Ele com os
habitantes de outros mundos. Seria indigna do homem como um ser
inteligente, e teria apoiado a acusação, feita por Satanás, de governo
arbitrário por parte de Deus.
Deus fez o homem reto; deu-lhe nobres traços de caráter, sem ne-
nhum pendor para o mal. Dotou-o de altas capacidades intelectuais,
e apresentou-lhe os mais fortes incentivos possíveis para que fosse
fiel a seu dever. A obediência, perfeita e perpétua, era a condição
para a felicidade eterna. Sob esta condição teria ele acesso à árvore
da vida.
O lar de nossos primeiros pais deveria ser um modelo para ou-
tros lares, ao saírem seus filhos para ocuparem a Terra. Aquele lar,
embelezado pela mão do próprio Deus, não era um suntuoso palácio.
Os homens, em seu orgulho, deleitam-se com edifícios magnificen-
tes e custosos, e gloriam-se com as obras de suas mãos; mas Deus
colocou Adão em um jardim. Esta era a sua morada. O céu azul
era a sua cúpula; a terra, com suas delicadas flores e tapete de relva
viva, era o seu pavimento; e os ramos folhudos das formosas árvores
eram o seu teto. De suas paredes pendiam os mais magnificentes
adornos — obra do grande e magistral Artífice. No ambiente em
que vivia o santo par havia uma lição para todos os tempos, a lição