Página 287 - Patriarcas e Profetas (2007)

Basic HTML Version

Idolatria no Sinai
283
minados; mas todos os que se arrependeram e se humilharam foram
poupados.
Aqueles que efetuaram esta terrível obra de juízo, estiveram a
agir com autoridade divina, executando a sentença do Rei do Céu.
Os homens, em sua cegueira humana, devem acautelar-se de como
julgam e condenam seus semelhantes; mas, quando Deus lhes ordena
executar Sua sentença sobre a iniqüidade, Ele deve ser obedecido.
Aqueles que realizaram este doloroso ato, manifestaram desta ma-
neira sua aversão à rebelião e idolatria, e mais completamente se
consagraram ao serviço do verdadeiro Deus. O Senhor honrou-lhes
a fidelidade, conferindo distinção especial à tribo de Levi.
Os israelitas haviam sido culpados de traição, e esta contra o Rei
que os cumulara de benefícios, e cuja autoridade voluntariamente
se comprometeram a obedecer. A fim de que se pudesse manter o
governo divino, devia executar-se justiça sobre os traidores. Toda-
via, mesmo nisto, ostentou-se a misericórdia de Deus. Ao mesmo
tempo em que Ele mantinha a Sua lei, concedia liberdade de esco-
lha, e oportunidade para o arrependimento a todos. Apenas foram
eliminados aqueles que persistiram na rebelião.
Era necessário que este pecado fosse punido, como testemunho
às nações circunvizinhas do desagrado de Deus pela idolatria. Exe-
cutando justiça sobre os criminosos, Moisés, como instrumento de
Deus, devia deixar registrado um protesto solene e público contra o
seu delito. Quando os israelitas devessem dali em diante condenar a
idolatria das tribos vizinhas, seus inimigos lhes lançariam a acusação
de que o povo que pretendia ter a Jeová como seu Deus, fizera um
bezerro e o adorara em Horebe. Então, compelidos embora a reco-
[230]
nhecer a infeliz verdade, Israel poderia indicar a sorte terrível dos
transgressores, como prova de que seu pecado não fora sancionado
ou desculpado.
O amor, não menos que a justiça, exigia que, para este pecado,
fosse infligido o juízo. Deus é o guarda, bem como o soberano de
Seu povo. Ele exclui aqueles que se acham decididos à rebelião,
para que não levem outros à ruína. Poupando a vida a Caim, Deus
demonstrou ao Universo qual seria o resultado de permitir que o
pecado ficasse sem punição. A influência exercida sobre seus des-
cendentes por sua vida e ensino, determinou o estado de corrupção
que exigiu a destruição do mundo inteiro pelo dilúvio. A história