O tabernáculo e suas cerimônias
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náculo. Antes de entrarem à presença de Deus pelo ministério do
sacerdote, deviam empenhar-se em ardoroso exame de coração e
confissão de pecado. Uniam-se em oração silenciosa, com o rosto
voltado para o lugar santo. Assim ascendiam suas petições com a nu-
vem de incenso, enquanto a fé se apoderava dos méritos do Salvador
prometido prefigurado pelo sacrifício expiatório. As horas desig-
nadas para o sacrifício da manhã e da tardinha eram consideradas
sagradas, e, por toda a nação judaica, vieram a ser observadas como
um tempo reservado para a adoração. E, quando, em tempos posteri-
ores, os judeus foram espalhados como cativos em países distantes,
ainda naquela hora designada voltavam o rosto para Jerusalém e
proferiam suas petições ao Deus de Israel. Neste costume têm os
cristãos um exemplo para a oração da manhã e da noite. Conquanto
Deus condene um mero ciclo de cerimônias, sem o espírito de ado-
ração, olha com grande prazer àqueles que O amam, prostrando-se
de manhã e à noite, a fim de buscar o perdão dos pecados cometidos
e apresentar seus pedidos de bênçãos necessitadas.
Os pães da proposição eram conservados sempre perante o Se-
nhor como uma oferta perpétua. Assim, era isto uma parte do sa-
crifício cotidiano. Era chamado o pão da proposição, ou “pão da
presença”, porque estava sempre diante da face do Senhor.
Êxodo
25:30
. Era um reconhecimento de que o homem depende de Deus,
tanto para o pão temporal como o espiritual, e de que este é recebido
apenas pela mediação de Cristo. Deus alimentara Israel no deserto
com pão do Céu e ainda dependiam eles de Sua generosidade tanto
para o pão temporal como para as bênçãos espirituais. Tanto o maná
como o pão da proposição apontavam para Cristo, o pão vivo, que
sempre está na presença de Deus por nós. Ele mesmo disse: “Eu
sou o pão vivo que desceu do Céu”.
João 6:48-51
. O incenso era
posto sobre os pães. Quando o pão era retirado cada sábado, para ser
substituído por outro, fresco, o incenso era queimado sobre o altar,
em memória, perante Deus.
A parte mais importante do ministério diário era a oferta efetu-
ada em prol do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta
à porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima,
confessava seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de
si para o sacrifício inocente. Pela sua própria mão era então morto o
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animal, e o sangue era levado pelo sacerdote ao lugar santo e asper-