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Patriarcas e Profetas
Desde que o Salvador verteu Seu sangue para a remissão dos
pecados, e subiu ao Céu para “comparecer por nós perante a face de
Deus” (
Hebreus 9:24
), tem estado a fluir luz da cruz do Calvário e
dos lugares santos do santuário celestial. Mas a luz mais clara que
nos é concedida não nos deve levar a desprezar a que nos primeiros
tempos foi recebida mediante os tipos que indicavam o Salvador
vindouro. O evangelho de Cristo esparge luz sobre a economia
judaica, e dá significação à lei cerimonial. Sendo reveladas novas
verdades, e sendo a que fora conhecida desde o princípio trazida para
uma luz mais clara, tornam-se manifestos o caráter e propósitos de
Deus em Seu trato com o povo escolhido. Cada novo raio de luz que
recebemos nos dá compreensão mais clara do plano da redenção, que
é a operação da vontade divina na salvação do homem. Vemos nova
beleza e força na Palavra inspirada, e com interesse mais profundo e
absorvente estudamos suas páginas.
Muitos têm a opinião de que Deus colocou um muro de separa-
ção entre os hebreus e o mundo exterior; de que Seu cuidado e amor,
retirados em grande parte do resto da humanidade, centralizaram-se
em Israel. Mas não era intuito de Deus que Seu povo levantasse
uma parede separatória entre si e seus semelhantes. O coração do
Amor infinito expandia-se a todos os habitantes da Terra. Posto
que O houvessem rejeitado, estava Ele constantemente procurando
revelar-Se-lhes, e fazê-los participantes de Seu amor e graça. Sua
bênção foi concedida ao povo escolhido, a fim de que pudessem
abençoar a outros.
Deus chamou Abraão, fê-lo prosperar e o honrou; e a fidelidade
do patriarca foi uma luz para o povo em todos os países de sua pere-
grinação. Abraão não se excluiu do povo em redor de si. Manteve
relações amistosas com os reis das nações circunvizinhas, por alguns
dos quais ele era tratado com grande respeito; e sua integridade e
abnegação, seu valor e benevolência, estavam a representar o caráter
de Deus. Na Mesopotâmia, em Canaã, no Egito, e mesmo aos ha-
bitantes de Sodoma, o Deus do Céu foi revelado por meio de Seu
representante.
Assim, ao povo do Egito e de todas as nações ligadas com aquele
poderoso reino, Deus Se manifestou por meio de José. Por que razão
quis o Senhor exaltar a José tão grandemente entre os egípcios?
Ele poderia ter provido outro meio para o cumprimento de Seus