Os doze espias
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Todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande esta-
tura. Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes
dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim
também éramos aos seus olhos”.
Números 13:31-33
.
Estes homens, tendo enveredado por um mau caminho, insisten-
temente se puseram contra Calebe e Josué, contra Moisés, e contra
Deus. Cada passo para frente os tornava mais decididos. Estavam
resolvidos a frustrar todo o esforço para se apossarem de Canaã.
Torciam a verdade a fim de sustentar sua influência nociva. “É terra
que consome seus moradores” (
Números 13:32
), disseram eles. Isto
era não somente uma notícia ruim, mas também mentirosa. Era in-
coerente. Os espias tinham declarado ser o país frutífero e próspero,
e o povo de estatura gigantesca, coisas estas que seriam impossíveis
se o clima fosse tão insalubre que se pudesse dizer da terra que
consumia os habitantes. Mas quando os homens entregam o coração
à incredulidade, colocam-se sob o domínio de Satanás, e ninguém
poderá dizer até aonde ele os levará.
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“Então levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz;
e o povo chorou naquela mesma noite.” Revolta e franca sedição
seguiram-se rapidamente; pois Satanás teve pleno domínio, e o
povo parecia despojado da razão. Amaldiçoaram Moisés e Arão,
esquecendo-se de que Deus escutava suas ímpias palavras, e que,
cercado pela coluna de nuvem, o Anjo de Sua presença estava a
testemunhar a terrível explosão de ira por parte deles. Com amargura
exclamaram: “Ah! se morrêramos na terra do Egito! ou, ah! se
morrêramos neste deserto!” Então seus sentimentos se insurgiram
contra Deus: “Por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos
à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por
presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns
aos outros: Levantemos um capitão, e voltemos ao Egito.” Desta
maneira não somente acusavam a Moisés, mas ao próprio Deus,
de os enganar, prometendo-lhes uma terra que eram incapazes de
possuir. E chegaram a ponto de designar um capitão para os guiar
de volta à terra de seu sofrimento e cativeiro, da qual haviam sido
libertos pelo braço forte da Onipotência.
Com humilhação e angústia, “Moisés e Arão caíram sobre os
seus rostos perante todo o ajuntamento dos filhos de Israel” (
Nú-
meros 14:1-5
), não sabendo o que fazer para os desviar de seu