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Patriarcas e Profetas
Os olhares de todo o Israel estavam fixos em Moisés, enquanto se
achavam aterrorizados e expectantes, aguardando os acontecimentos.
Cessando ele de falar, a terra sólida partiu-se, e os rebeldes desceram
vivos para o abismo, com tudo que lhes pertencia, e “pereceram no
meio da congregação”.
Números 16:33
. O povo fugiu, condenando-
se a si próprio, como participantes do pecado.
Mas os juízos não haviam terminado. Fogo que flamejou da
nuvem consumiu os duzentos e cinqüenta príncipes que tinham ofe-
recido incenso. Estes homens, não sendo os primeiros na rebelião,
não foram destruídos com os principais conspiradores. Foi-lhes per-
mitido ver o fim daqueles, e ter oportunidade para o arrependimento;
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mas suas simpatias estavam com os rebeldes, e partilharam de sua
condenação.
Quando Moisés estava rogando a Israel para que fugisse da des-
truição vindoura, poder-se-ia mesmo ter detido então o juízo divino,
se Coré e seu grupo se arrependessem e buscassem perdão. Sua obs-
tinada persistência, porém, selou-lhes a condenação. A congregação
inteira foi participante de seu crime, pois que todos, em maior ou
menor grau, haviam contemporizado com eles. Deus, todavia, em
Sua grande misericórdia, fizera distinção entre os chefes da rebelião
e aqueles a quem haviam conduzido. Ao povo que se deixara enga-
nar concedeu-se ainda tempo para o arrependimento. Dera-se prova
esmagadora de que estavam em erro, e de que Moisés estava com a
razão. A notável manifestação do poder de Deus removera toda a
incerteza.
Jesus, o Anjo que ia adiante dos hebreus, procurou salvá-los da
destruição. O perdão continuava ainda ao seu alcance. Os juízos de
Deus tinham vindo muito perto, incitando-os a que se arrependes-
sem. Uma especial, irresistível intervenção do Céu, fizera deter sua
rebelião. Agora, se correspondessem à interferência da providência
de Deus, poderiam salvar-se. Mas, conquanto fugissem dos juízos
pelo temor da destruição, sua rebelião não estava curada. Voltaram
às suas tendas naquela noite, aterrorizados, mas não arrependidos.
Tinham sido lisonjeados por Coré e seu grupo a ponto de chega-
rem a crer que eram realmente um povo muito bom, e que haviam
sido lesados e maltratados por Moisés. Caso admitissem que Coré
e seu grupo estavam em erro, e Moisés com a razão, seriam então
compelidos a reconhecer como palavra de Deus a sentença de que