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Patriarcas e Profetas
vingança, para que o rebelde e desobediente Israel não tivesse um
fim total.
Mas o ministrador da ira saíra; a praga estava a fazer a sua obra
de morte. Por determinação de seu irmão, Arão tomou um incensário,
e foi apressadamente ao meio da congregação para fazer “expiação
por eles”. “E estava em pé entre os mortos e os vivos”.
Números
16:48
. Enquanto subia o fumo do incenso, as orações de Moisés no
tabernáculo ascendiam a Deus; e a praga deteve-se, mas não antes
que catorze mil de Israel jazessem mortos, como prova do crime de
murmuração e rebelião.
Deu-se, entretanto, mais prova de que o sacerdócio fora esta-
belecido na família de Arão. Por determinação divina cada tribo
preparou uma vara, e escreveu nela o nome da tribo. O nome de
Arão estava na de Levi. As varas foram postas “perante o Senhor na
tenda do testemunho”. A florescência de qualquer vara deveria ser
sinal de que o Senhor escolhera aquela tribo para o sacerdócio. Na
manhã seguinte, “eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia;
porque produzira flores, e brotara renovos e dera amêndoas”. Foi
mostrada ao povo, e depois posta no tabernáculo como testemu-
nho às gerações subseqüentes. Este prodígio decidiu finalmente a
questão do sacerdócio.
Ficou agora plenamente estabelecido que Moisés e Arão tinham
falado por autoridade divina; e o povo foi constrangido a crer na
desagradável verdade de que morreriam no deserto.
“Eis aqui, nós expiramos”, exclamaram; “perecemos, nós pe-
recemos todos”.
Números 17:7, 8, 12
. Confessaram haver pecado,
rebelando-se contra seus dirigentes, e ter Coré e seu grupo sofrido o
justo juízo de Deus.
Na rebelião de Coré, vêem-se, em um cenário menor, os resul-
tados do mesmo espírito que determinou a rebelião de Satanás no
Céu. Foi o orgulho e a ambição que moveram Lúcifer a queixar-se
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do governo de Deus, e procurar subverter a ordem que fora estabele-
cida no Céu. Desde sua queda tem sido o seu objetivo infundir nas
mentes humanas o mesmo espírito de inveja e descontentamento,
a mesma ambição de posições e honras. Assim agiu ele na mente
de Coré, Datã e Abirã, para suscitar o desejo de exaltação própria, e
provocar inveja, falta de confiança e rebelião. Satanás, fazendo-os
rejeitar os homens que Deus designara, fê-los rejeitar a Deus como