Apostasia no Jordão
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tornou nacional. Juntou-se pois “Israel a Baal-Peor”.
Números 25:3
.
Quando Moisés se apercebeu do mal, as tramas de seus inimigos
tinham sido tão bem-sucedidas que não somente se achavam os
israelitas a participar do culto licencioso do Monte Peor, mas os ritos
pagãos estavam vindo a ser observados no acampamento de Israel.
O idoso chefe encheu-se de indignação, e acendeu-se a ira de Deus.
As suas práticas iníquas fizeram para Israel aquilo que todos
os encantamentos de Balaão não poderiam fazer — separaram-nos
de Deus. Por meio de juízos que se não fizeram esperar, o povo
foi despertado para a enormidade de seu pecado. Uma pestilência
terrível irrompeu no arraial, da qual dezenas de milhares de pronto
foram presa. Deus ordenou que os líderes desta apostasia fossem
mortos pelos magistrados. Esta ordem foi prontamente obedecida.
Os transgressores foram mortos; então seus corpos foram suspensos
à vista de todo o Israel, para que a congregação, vendo os dirigentes
tão severamente tratados, pudesse ter uma intuição profunda da
aversão de Deus ao seu pecado, e do terror de Sua ira contra eles.
Todos entendiam que o castigo era justo; e o povo foi apres-
sadamente ao tabernáculo, e com lágrimas e profunda humilhação
confessou seu pecado. Enquanto assim estavam a chorar diante de
Deus, à porta do tabernáculo, ao mesmo tempo em que a praga ainda
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estava a fazer a sua obra de morte, e os magistrados cumpriam sua
terrível missão, Zinri, um dos nobres de Israel, veio ousadamente ao
acampamento, em companhia de uma meretriz midianita, princesa
de importante casa de Midiã, a quem ele levara para a sua tenda.
Nunca o vício foi mais ousado ou pertinaz. Inflamado pelo vinho,
Zinri publicava seu pecado “como Sodoma”; gloriava-se em sua
vergonha. Os sacerdotes e chefes haviam-se prostrado com pesar
e humilhação, chorando “entre o alpendre e o altar” (
Joel 2:17
), e
rogando ao Senhor que poupasse Seu povo, e não desse Sua herança
ao opróbrio, enquanto esse príncipe de Israel fazia ostentação de seu
pecado à vista da congregação, como que a desafiar a vingança de
Deus, e zombar dos juízes da nação. Finéias, filho de Eleazar, sumo
sacerdote, levantou-se dentre a congregação, e tomando uma lança
“foi após do varão israelita até à tenda” (
Números 25:8
), e matou a
ambos. Assim a praga cessou, enquanto o sacerdote que executara
o juízo divino foi honrado perante todo o Israel, e o sacerdócio foi
confirmado a ele e sua casa para sempre.