Página 473 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A divisão de Canaã
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competentes; e, unicamente quando se verificasse não ter o fugitivo
culpa de assassínio voluntário, devia ele ser protegido na cidade de
refúgio. O que era culpado era entregue ao vingador. E aqueles que
tinham direito à proteção, apenas a poderiam receber sob condição
de ficar dentro do refúgio indicado. Se alguém andasse fora dos
limites prescritos, e fosse encontrado pelo vingador do sangue, sua
vida pagaria a pena de seu desrespeito à disposição do Senhor. Por
ocasião da morte do sumo sacerdote, entretanto, todos os que haviam
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buscado abrigo nas cidades de refúgio ficavam em liberdade para
voltar às suas possessões.
No processo de assassínio o acusado não devia ser condenado
pelo depoimento de uma testemunha, mesmo que as evidências
circunstanciais fossem fortes contra ele. A instrução do Senhor
era: “Todo aquele que ferir a alguma pessoa, conforme ao dito das
testemunhas, matarão o homicida; mas uma só testemunha não
testemunhará contra alguém, para que morra”.
Números 35:30
. Foi
Cristo que deu a Moisés aquelas determinações para Israel; e, quando
Ele esteve em pessoa com Seus discípulos na Terra, ao ensinar-lhes
como tratar os que erram, repetiu o grande Ensinador a lição de
que o testemunho de um só homem não deve livrar ou condenar.
As idéias e opiniões de um homem não devem resolver questões
controvertidas. Em todos estes assuntos, dois ou mais devem estar
associados, e juntos encarar a responsabilidade, “para que pela boca
de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada”.
Mateus
18:16
.
Se aquele que era julgado por motivo de assassínio se verifi-
cava culpado, nenhuma expiação ou resgate o poderia livrar. “Quem
derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derra-
mado”.
Gênesis 9:6
. “Não tomareis expiação pela vida do homicida,
que culpado está de morte; antes certamente morrerá”, “tirá-lo-ás
do Meu altar para que morra” (
Números 35:31, 33
), foi a ordem de
Deus; “nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue
que se derramar nela, senão com o sangue daquele que o derramou”.
Êxodo 21:14
. A segurança e pureza da nação exigiam que o pecado
de homicídio fosse severamente punido. A vida humana, que apenas
Deus podia dar, devia, de maneira sagrada, ser guardada.
As cidades de refúgio designadas ao antigo povo de Deus, eram
símbolo do refúgio provido em Cristo. O mesmo Salvador miseri-