Página 480 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
Sua promessa para com eles. “Vós bem sabeis, com todo o vosso
coração, e com toda a vossa alma”, disse ele, “que nem uma só
palavra caiu de todas as boas palavras que falou de vós o Senhor
vosso Deus; todas vos sobrevieram, nem delas caiu uma só palavra.”
Declarou-lhes que, como o Senhor cumprira Suas promessas, assim
deveria cumprir Suas ameaças. “E será que, assim como sobre vós
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vieram todas estas boas coisas, que o Senhor vosso Deus vos disse,
assim trará o Senhor sobre vós todas aquelas más coisas. [...] Quando
traspassardes o concerto do Senhor vosso Deus, [...] então a ira do
Senhor sobre vós se acenderá, e logo perecereis de sobre a boa terra
que vos deu.”
Satanás engana a muitos com a plausível teoria de que o amor
de Deus para com o Seu povo é tão grande que Ele desculpará o
pecado neles; ele faz figurar que, conquanto as ameaças da Palavra
de Deus devam servir para certo propósito em Seu governo moral,
nunca se devem elas cumprir literalmente. Mas, em todo o Seu trato
com Suas criaturas, Deus tem mantido os princípios da justiça, reve-
lando o pecado em seu verdadeiro caráter — demonstrando que seu
resultado certo é miséria e morte. Nunca houve nem nunca haverá
perdão incondicional do pecado. Tal perdão mostraria o abandono
dos princípios de justiça que constituem o próprio fundamento do
governo de Deus. Isto encheria de consternação o universo dos seres
não caídos. Deus indicou fielmente os resultados do pecado; e, se
essas advertências não fossem verdadeiras, como poderíamos nós
estar certos de que Suas promessas se cumpririam? A pretensa be-
nevolência que quer pôr de parte a justiça, não é benevolência, mas
fraqueza.
Deus é o doador da vida. Desde o princípio, todas as Suas leis
foram ordenadas para toda a vida. Mas o pecado se intrometeu na
ordem que Deus estabelecera, e seguiu-se a discórdia. Enquanto
existir o pecado, sofrimento e morte serão inevitáveis. É unicamente
porque o Redentor assimilou a maldição do pecado em nosso favor
que o homem pode esperar livrar-se, em sua própria pessoa, dos
horrendos resultados do pecado.
Antes da morte de Josué, os chefes e representantes das tribos,
obedientes à sua convocação, congregaram-se de novo em Siquém.
Nenhum lugar em todo o país possuía tantas recordações sagradas,
transportando a mente para o concerto de Deus com Abraão e Jacó,