O plano da redenção
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trela para outra, de um mundo para outro, dirigindo tudo, suprindo
pela Sua providência as necessidades de toda a ordem de seres em
Sua vasta criação — que Ele consentisse em deixar Sua glória e
tomar sobre Si a natureza humana, era um mistério que os seres sem
pecado de outros mundos desejavam compreender. Quando Cristo
veio ao nosso mundo sob a forma humana, todos estavam profun-
damente interessados em acompanhá-Lo, ao percorrer Ele, passo a
passo, a vereda ensangüentada a partir da manjedoura ao Calvário.
O Céu observou o insulto e zombaria que Ele recebeu, e sabia que
isto foi por instigação de Satanás. Notaram a operação das forças
contrárias a avançar, impelindo Satanás constantemente trevas, tris-
tezas e sofrimento sobre a raça, e estando Cristo a reagir contra isso.
Observaram a batalha entre a luz e as trevas, enquanto a mesma se
tornava mais forte. E ao clamar Cristo em Sua aflição mortal sobre
a cruz: “Está consumado” (
João 19:30
), um brado de triunfo reper-
cutiu por todos os mundos, e pelo próprio Céu. A grande contenda
que estivera em andamento durante tanto tempo neste mundo, estava
agora decidida, e Cristo era vencedor. Sua morte resolveu a questão
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de terem ou não o Pai e o Filho amor suficiente pelo homem para
exercerem a abnegação e um espírito de sacrifício. Havia Satanás
revelado seu verdadeiro caráter de mentiroso e assassino. Viu-se
que o mesmo espírito, com que governara os filhos dos homens que
estiveram sob o seu poder, ele teria manifestado se lhe fora permitido
governar os seres do Céu. Unanimemente o Universo fiel uniu-se no
engrandecimento da administração divina.
Se a lei pudesse ser mudada, ter-se-ia podido salvar o homem
sem o sacrifício de Cristo; mas o fato de que foi necessário Cristo
dar a vida pela raça caída prova que a lei de Deus não livrará o
pecador de suas reivindicações sobre ele. Está demonstrado que
o salário do pecado é a morte. Quando Cristo morreu, ficou asse-
gurada a destruição de Satanás. Mas, se a lei foi abolida na cruz,
como muitos pretendem, a agonia e morte do amado Filho de Deus
foram suportadas unicamente para dar a Satanás exatamente o que
ele pedia; triunfou então o príncipe do mal, foram sustentadas suas
acusações contra o governo divino. O próprio fato de que Cristo su-
portou a pena da transgressão do homem, é um poderoso argumento
a todos os seres criados, de que a lei é imutável; que Deus é justo,