Página 499 - Patriarcas e Profetas (2007)

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As festas anuais
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No décimo quarto dia do mês, à tarde, celebrava-se a Páscoa,
comemorando as suas cerimônias solenes e impressionantes o li-
vramento do cativeiro do Egito, e apontando ao futuro sacrifício
que libertaria do cativeiro do pecado. Quando o Salvador rendeu
Sua vida no Calvário, cessou a significação da Páscoa, e a orde-
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nança da Ceia do Senhor foi instituída como memorial do mesmo
acontecimento de que a Páscoa fora tipo.
A Páscoa era seguida pelos sete dias da festa dos pães asmos.
O primeiro e sétimo dia eram dias de santa convocação, nos quais
nenhum trabalho servil devia ser feito. No segundo dia da festa, as
primícias da ceifa do ano eram apresentadas perante Deus. A cevada
era o primeiro cereal a produzir-se na Palestina, e no início da festa
estava começando a amadurecer. Um molho deste cereal era movido
pelo sacerdote diante do altar de Deus, em reconhecimento de que
todas as coisas eram dEle. Antes que esta cerimônia se realizasse
não se devia fazer a colheita.
Cinqüenta dias depois, a partir da oferta das primícias, vinha o
Pentecostes, também chamado a festa da ceifa, e festa das semanas.
Como expressão de gratidão pelo cereal preparado como alimento,
dois pães assados com fermento eram apresentados diante de Deus.
O Pentecostes ocupava apenas um dia, que era dedicado ao culto
religioso.
No sétimo mês vinha a festa dos tabernáculos, ou da colheita.
Esta festa reconhecia a generosidade de Deus nos produtos do pomar,
do olival e da vinha. Era a reunião festiva encerradora do ano. A
terra havia outorgado o seu produto, as colheitas estavam guardadas
nos celeiros; os frutos, o azeite e o vinho estavam armazenados,
as primícias reservadas, e agora o povo vinha com seus tributos de
ações de graças a Deus, que os havia assim abençoado ricamente.
A festa devia ser eminentemente uma ocasião para regozijo.
Ocorria precisamente depois do grande dia da expiação, quando
haviam obtido a certeza de que sua iniqüidade não mais seria lem-
brada. Em paz com Deus vinham agora diante dEle para reconhecer
Sua bondade e louvá-Lo pela Sua misericórdia. Estando terminados
os labores da ceifa, e ainda não iniciadas as labutas do novo ano,
o povo estava livre de cuidados, e podia entregar-se às influências
sagradas e jubilosas do momento. Embora unicamente aos pais e
aos filhos fosse ordenado comparecer às festas, todavia, tanto quanto