Página 500 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
possível, a casa toda devia a elas assistir, e à hospitalidade daqueles
eram bem-vindos os servos, os levitas, o estrangeiro, e os pobres.
Como a Páscoa, a Festa dos Tabernáculos era comemorativa. Em
memória de sua vida peregrina no deserto, o povo devia agora deixar
suas casas, e habitar em cabanas, ou em caramanchéis, formados
dos ramos verdes “das formosas árvores, ramos de palmas, ramos de
árvores espessas, e salgueiros de ribeiros”.
Levítico 23:40, 42, 43
.
O primeiro dia era uma santa convocação, e aos sete dias da festa
acrescentava-se um oitavo, que era observado de modo semelhante.
Nessas assembléias anuais o coração de velhos e jovens se ani-
mava no serviço de Deus, ao mesmo tempo em que a associação da
gente das várias regiões do país fortalecia os laços que os ligavam a
Deus e uns aos outros. Bom seria que o povo de Deus na atualidade
tivesse uma Festa dos Tabernáculos — uma jubilosa comemoração
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das bênçãos de Deus a eles. Assim como os filhos de Israel celebra-
vam o livramento que Deus operara a seus pais, e sua miraculosa
preservação por parte dEle durante suas jornadas depois de saírem
do Egito, devemos nós com gratidão recordar-nos dos vários meios
que Ele ideou para nos tirar do mundo, e das trevas do erro, para a
luz preciosa de Sua graça e verdade.
Para os que moravam distantes do tabernáculo, mais de um mês
em cada ano deve ter sido ocupado com a assistência às festas anuais.
Este exemplo de devoção a Deus deve dar ênfase à importância
do culto religioso, e à necessidade de subordinar nossos interesses
egoístas, mundanos, aos que são espirituais e eternos. Incorremos em
perda quando negligenciamos o privilégio de nos associarmos, a fim
de fortalecer-nos e encorajar-nos uns aos outros no serviço de Deus.
As verdades de Sua Palavra perdem sua vivacidade e importância
em nossa mente. Nosso coração deixa de iluminar-se e despertar-se
pela influência santificadora, e nós decaímos em espiritualidade. Em
nossas relações mútuas como cristãos, perdemos muito pela falta de
simpatia de uns para com os outros. Aquele que se encerra dentro de
si mesmo, não está preenchendo a posição que era desígnio de Deus
ele ocupasse. Todos nós somos filhos de um mesmo Pai, dependentes
uns dos outros para alcançar a felicidade. As reivindicações de Deus
e da humanidade tocam a nós. É o cultivo apropriado dos elementos
sociais de nossa natureza o que nos une intimamente com nossos