Página 555 - Patriarcas e Profetas (2007)

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As escolas dos profetas
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de todo aquele conjunto cerimonial, a saber, o Cordeiro de Deus que
deveria tirar o pecado do mundo.
Acariciava-se um espírito de devoção. Não somente se ensinava
aos estudantes o dever de orar, mas ensinava-se-lhes como orar,
como aproximar-se de seu Criador, como exercer a fé nEle, e como
compreender os ensinos de Seu Espírito e obedecer-lhes. Intelectos
santificados tiravam do tesouro de Deus coisas novas e velhas, e o
Espírito de Deus Se manifestava na profecia e no cântico sagrado.
Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim
de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e
despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. Que contraste
entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje
dedicada! Quantos empregam este dom para exaltar o
eu
, em vez de
usá-lo para glorificar a Deus! O amor pela música leva os incautos a
unir-se com os amantes do mundo nas reuniões de diversões aonde
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Deus proibiu a Seus filhos irem. Assim aquilo que é uma grande
bênção quando devidamente usado, torna-se um dos mais bem-
sucedidos fatores pelos quais Satanás distrai a mente, do dever e da
contemplação das coisas eternas.
A música faz parte do culto de Deus, nas cortes celestiais, e deve-
mos esforçar-nos, em nossos cânticos de louvor, por nos aproximar
tanto quanto possível da harmonia dos coros celestiais. O devido
cultivo da voz é um aspecto importante da educação, e não deve ser
negligenciado. O cântico, como parte do culto religioso, é um ato de
adoração, tanto como a prece. O coração deve sentir o espírito do
cântico, a fim de dar a este a expressão correta.
Quão grande é a diferença entre aquelas escolas onde os profetas
de Deus ensinavam, e as nossas modernas instituições de ensino!
Quão poucas escolas há que não sejam governadas pelas máximas e
costumes do mundo! Há uma falta deplorável da devida repressão
e disciplina judiciosa. A ignorância que existe da Palavra de Deus,
entre um povo que se professa cristão, é assustadora. Conversas
superficiais, mero sentimentalismo, passam por instrução moral e
religiosa. A justiça e a misericórdia de Deus, a beleza da santidade e
a recompensa certa da conduta correta, o hediondo caráter do pecado
e a certeza de seus terríveis resultados, não são gravados na mente
dos jovens. Maus companheiros acham-se a instruir os jovens no
caminho do crime, dissipação e licenciosidade.