Página 194 - Profetas e Reis (2007)

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Profetas e Reis
para nunca mais aí entrar. Até o dia de sua morte, alguns anos mais
tarde, Uzias ficou leproso — um exemplo vivo da loucura de abando-
nar um claro “Assim diz o Senhor”. Nem sua exaltada posição nem
sua longa vida de serviço poderiam ser invocadas como desculpa
pelo presunçoso pecado com que mareou os anos derradeiros de seu
reinado, atraindo sobre si o juízo do Céu.
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Deus não faz acepção de pessoas. “A alma que fizer alguma
coisa à mão levantada, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros,
injuria ao Senhor; e tal alma será extirpada do meio do seu povo”.
Números 15:30
.
O juízo que caiu sobre Uzias pareceu ter tido sobre seu filho uma
influência refreadora. Jotão levou pesadas responsabilidades durante
os últimos anos do reinado de seu pai, e subiu ao trono após a morte
de Uzias. De Jotão está escrito: “Fez o que era reto aos olhos do
Senhor; fez conforme tudo quanto fizera seu pai Uzias. Tão-somente
os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava
incenso nos altos”.
2 Reis 15:34, 35
.
O reinado de Uzias estava chegando ao fim, e Jotão estava já
levando muitas das tarefas do Estado, quando Isaías, da linhagem
real, foi chamado, embora ainda jovem, para a missão profética. Os
tempos em que Isaías devia trabalhar estavam repletos de perigos
peculiares para o povo de Deus. O profeta devia testemunhar a
invasão de Judá pelos exércitos combinados do norte de Israel e
da Síria; devia ele contemplar as tropas assírias acampadas diante
das principais cidades do reino. Durante a trajetória de sua vida,
Samaria devia cair, e as dez tribos de Israel deviam ser espalhadas
entre as nações. Judá seria mais de uma vez invadida pelos exércitos
assírios, e Jerusalém devia sofrer um cerco do qual teria resultado
sua queda, não Se tivesse Deus atuado miraculosamente. Graves
perigos ameaçavam já a paz do reino do sul. A divina proteção estava
sendo removida, e as forças assírias estavam prestes a se espalhar
sobre a terra de Judá.
Mas os perigos de fora, esmagadores como pudessem parecer,
não eram tão sérios quanto os perigos internos. Era a perversidade
de seu povo que levava ao servo do Senhor a maior perplexidade e a
mais profunda depressão. Por sua apostasia e rebelião, os que podiam
ter permanecido como portadores de luz entre as nações, estavam
atraindo os juízos de Deus. Muitos dos males que apressaram a