Página 28 - Profetas e Reis (2007)

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Profetas e Reis
nem ouro”, deveria multiplicar-se “muito para si”.
Deuteronômio
17:17
.
Salomão estava familiarizado com estas advertências, e por al-
gum tempo as guardou. Seu maior desejo era viver e reinar de acordo
com os estatutos dados no Sinai. Sua maneira de conduzir os ne-
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gócios do reino estava em evidente contraste com os costumes das
nações de seu tempo — nações que não temiam a Deus, e cujos reis
tripudiavam sobre Sua santa lei.
Procurando fortalecer suas relações com o poderoso reino que
ficava ao sul de Israel, Salomão aventurou-se no terreno proibido.
Satanás conhecia os resultados que acompanhariam a obediência; e
durante os primeiros anos do reinado de Salomão — anos gloriosos
por causa da sabedoria, beneficência e retidão do rei — ele procurou
introduzir influências que traiçoeiramente minassem a lealdade de
Salomão ao princípio, e o levassem a separar-se de Deus. Que o
inimigo foi bem-sucedido em seu esforço nós o sabemos pelo relato:
“E Salomão se aparentou com Faraó rei do Egito; e tomou a filha de
Faraó, e a trouxe à cidade de Davi”.
1 Reis 3:1
.
Do ponto de vista humano, este casamento, embora contrário aos
ensinamentos da lei de Deus, parecia provar-se uma bênção; pois a
esposa pagã de Salomão se converteu e uniu-se com ele na adoração
ao verdadeiro Deus. Ademais, Faraó prestou assinalados serviços
a Israel, tomando Gezer, matando “os cananeus que moravam na
cidade”, e dando-a “em dote a sua filha, mulher de Salomão”.
1
Reis 9:16
. Esta cidade foi por Salomão reconstruída, e assim apa-
rentemente foi grandemente fortalecido seu reino ao longo da costa
mediterrânea. Fazendo, porém, aliança com uma nação pagã, e se-
lando o pacto pelo casamento com a princesa idólatra, Salomão
temerariamente desconsiderou a sábia provisão que Deus fizera para
manter a pureza de Seu povo. A esperança de que sua esposa egípcia
se convertesse era apenas uma débil escusa para o pecado.
Por algum tempo Deus em Sua compassiva misericórdia passou
por alto este terrível erro; e o rei, mediante sábia conduta, poderia
ter contido ao menos em grande medida, as forças do mal que sua
imprudência pusera em operação. Mas Salomão havia começado
a perder de vista a Fonte de seu poder e glória. À medida que a
inclinação ganhava ascendência sobre a razão, a confiança em si
mesmo aumentava, e ele procurou executar o propósito de Deus a sua