Página 29 - Profetas e Reis (2007)

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Orgulho da prosperidade
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própria maneira. Arrazoava ele que alianças políticas e comerciais
com as nações vizinhas levariam essas nações ao conhecimento do
verdadeiro Deus; e entrou em aliança não santificada com nação após
nação. Freqüentemente essas alianças eram seladas com casamento
com princesas pagãs. Os mandamentos de Jeová foram postos de
lado em favor dos costumes dos povos ao redor.
Salomão presumia que sua sabedoria e o poder do seu exemplo
haveriam de levar suas esposas da idolatria à adoração do verdadeiro
Deus, e também que as alianças assim formadas atrairiam as nações
circunvizinhas em mais íntimo contato com Israel. Vã esperança! O
erro de Salomão em considerar-se suficientemente forte para resistir
às influências de associações pagãs foi fatal. E fatal foi também o
engano que o levou a esperar que, não obstante a desconsideração
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de sua parte para com a lei de Deus, outros poderiam ser levados a
reverenciá-la e obedecer-Lhe aos sagrados preceitos.
As alianças e relações comerciais do rei com as nações pagãs
levaram-lhe reconhecimento, honra e riquezas deste mundo. Tornou-
se-lhe possível trazer ouro de Ofir, e prata de Társis, em grande
abundância. “E fez o rei que houvesse ouro e prata em Jerusalém
como pedras, e cedros em tanta abundância como figueiras bravas
que há pelas campinas”.
2 Crônicas 1:15
. Riquezas, com todas as
suas conseqüentes tentações, vieram nos dias de Salomão a um nú-
mero sempre maior de pessoas; mas o fino ouro do caráter minguara
e se corrompera.
Tão gradual foi a apostasia de Salomão que antes que dela se
advertisse, tinha-se afastado de Deus. Quase imperceptivelmente
começara a confiar cada vez menos na divina guia e bênção, e a
pôr a confiança em sua própria força. Pouco a pouco deixou de
prestar a Deus aquela obediência retilínea que devia fazer de Israel
um povo peculiar, e conformou-se cada vez mais intimamente aos
costumes das nações ao redor. Rendendo-se às tentações resultantes
de seu sucesso e honrada posição, ele esqueceu a Fonte de sua
prosperidade. A ambição de exceder todas as outras nações em
poder e grandeza levou-o a renegar por propósitos egoístas os dons
celestiais até então empregados para a glória de Deus. O dinheiro
que devia ter sido conservado em sagrado depósito para benefício
de pobres merecedores e para expansão, através do mundo, dos