Página 309 - Profetas e Reis (2007)

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Na corte de Babilônia
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toda a sabedoria, sábios em ciência, e entendidos no conhecimento,
e que tivessem habilidade para viverem no palácio. [...]
“E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias,
Misael e Azarias”.
Daniel 1:3-6
. Vendo nesses jovens a promessa
de habilidade digna de nota, Nabucodonosor determinou que fos-
sem educados para ocupar importantes posições em seu reino. Para
que pudessem ser plenamente capacitados para sua carreira, ele fez
arranjos para que aprendessem a língua dos caldeus, e que por três
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anos lhes fossem asseguradas as vantagens incomuns da educação
fornecida aos príncipes do reino.
Os nomes de Daniel e seus companheiros foram mudados para
nomes que representavam divindades caldéias. Grande significa-
ção era atribuída aos nomes dados pelos pais hebreus a seus filhos.
Freqüentemente representavam traços de caráter que os pais deseja-
vam ver desenvolvidos no filho. O príncipe a cujo cargo foram os
jovens cativos colocados “lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel
pôs o de Beltessazar, e a Hananias o de Sadraque, e a Misael o de
Mesaque, e Azarias o de Abede-Nego”.
Daniel 1:7
.
O rei não compeliu os jovens hebreus a renunciarem sua fé em
favor da idolatria, mas esperava alcançar isto gradualmente. Dando-
lhes nomes significativos de idolatria, levando-os diariamente a
íntima associação com costumes idólatras e sob a influência de
sedutores ritos do culto pagão, ele esperava induzi-los a renunciar à
religião de sua nação e unir-se ao culto dos babilônios.
Logo no princípio de sua carreira veio-lhes uma decisiva prova de
caráter. Fora determinado que eles comessem o alimento e bebessem
o vinho que se servia na mesa do rei. Nisto o rei pensava dar-
lhes uma expressão do seu favor e sua solicitude pelo bem-estar
deles. Mas como uma porção do alimento era oferecida aos ídolos,
o alimento da mesa do rei era consagrado à idolatria; e quem deles
participasse seria considerado como estando a oferecer homenagens
aos deuses de Babilônia. A tal homenagem a lealdade de Daniel
e seus companheiros a Jeová lhes proibiu de participar. A simples
simulação de haver comido o alimento ou bebido o vinho seria
uma negação de sua fé. Proceder assim era enfileirar-se ao lado do
paganismo e desonrar os princípios da lei de Deus.
Não ousaram eles a se arriscarem ao enervante efeito do luxo
e dissipação sobre o desenvolvimento físico, mental e espiritual.