Orgulho da prosperidade
29
e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim
filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso”.
2 Coríntios 6:17, 18
.
No meio da prosperidade ronda o perigo. Através dos séculos,
riquezas e honra sempre têm-se feito seguir do perigo para a hu-
mildade e espiritualidade. Não é o copo vazio que se torna difícil
[25]
de ser transportado; é o copo cheio que precisa ser cuidadosamente
equilibrado para ser conduzido. A aflição e adversidade podem cau-
sar tristeza, mas é a prosperidade que representa maior perigo para
a vida espiritual. A menos que o ser humano esteja em constante
submissão à vontade de Deus, a menos que seja santificado pela
verdade, a prosperidade fará que ressurja a inclinação natural para a
presunção.
No vale da humilhação, onde os homens dependem de Deus para
serem ensinados e guiados em cada passo, há relativa segurança. Mas
os homens que se plantam, por assim dizer, num elevado pináculo, e
que, por causa de sua posição, presumem possuir grande sabedoria
— esses estão no mais grave perigo. A não ser que tais homens façam
de Deus sua confiança, seguramente cairão.
Sempre que a ambição e o orgulho são tolerados, a vida é ma-
culada; pois o orgulho, não sentindo necessidade, cerra o coração
para as bênçãos infinitas do Céu. Aquele que faz da glorificação de
si mesmo seu alvo encontrar-se-á destituído da graça de Deus, por
cuja eficiência as verdadeiras riquezas e a mais satisfatória alegria
são conquistadas. Mas o que tudo entrega e tudo faz por Cristo co-
nhecerá o cumprimento da promessa: “A bênção do Senhor é que
enriquece, e não acrescenta dores”.
Provérbios 10:22
. Com o gentil
toque da graça o Salvador expulsa da alma a inquieta e não santi-
ficada ambição, mudando a animosidade em amor, a incredulidade
em confiança. Quando Ele Se dirige à alma, dizendo: “Segue-Me”
(
Mateus 9:9
), o mágico encantamento do mundo é quebrado. Ao
som de Sua voz, o espírito de avareza e ambição foge do coração, e
os homens se erguem, emancipados, para segui-Lo.
[26]