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Profetas e Reis
como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão
sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem
domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. E, quanto ao
que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu
reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o Céu reina”.
Daniel 4:20-26
.
Havendo interpretado fielmente o sonho, Daniel apelou ao orgu-
lhoso monarca para que se arrependesse e voltasse para Deus, para
que pelo reto proceder ele pudesse desviar a calamitosa ameaça. “Ó
rei”, suplicou o profeta, “aceita o meu conselho e desfaze os teus pe-
cados pela justiça e as tuas iniqüidades, usando de misericórdia para
com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranqüilidade”.
Daniel
4:27
.
Por algum tempo a impressão da advertência e o conselho do
profeta exerceu forte influência sobre Nabucodonosor; mas o cora-
ção não transformado pela graça de Deus logo perde as impressões
do Espírito Santo. A condescendência própria e ambição não haviam
ainda sido erradicadas do coração do rei, e esses traços mais tarde
reapareceram. Não obstante a instrução tão graciosamente dada, e
as advertências da passada experiência, Nabucodonosor permitiu-se
ser controlado pelo espírito de ciúmes em relação aos reinos que se
deviam seguir. Seu governo, que até então havia sido em grande me-
dida justo e misericordioso, tornou-se opressor. Endurecendo o seu
coração, ele usou os talentos que Deus lhe dera para a glorificação
de si mesmo, exaltando-se acima do Deus que lhe dera vida e poder.
Por meses, o juízo de Deus foi retardado. Mas em vez de ser
levado ao arrependimento por esta tolerância, o rei acariciou o seu
orgulho até que perdeu a confiança na interpretação do sonho, e riu
de seus antigos temores.
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Um ano depois que havia recebido a advertência, andando Na-
bucodonosor a passear em seu palácio, e pensando com orgulho
sobre o seu poder como governante e sobre o seu sucesso como edi-
ficador, exclamou: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei
para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha
magnificência?”
Daniel 4:30
.
Enquanto a jactanciosa declaração estava ainda nos lábios do
rei, uma voz do céu anunciou que o tempo indicado por Deus para o
juízo havia chegado. Em seus ouvidos caiu o mandado de Jeová: “A