Página 461 - Profetas e Reis (2007)

Basic HTML Version

“A casa de Israel”
457
designado, obstruíram os mandamentos divinos com incontáveis
exigências por si mesmos tramadas. Quanto mais se distanciavam
de Deus, mais rigorosos eram na observância dessas formas.
Com todas essas minuciosas e opressoras exigências, tornou-
se uma impossibilidade prática para o povo a guarda da lei. Os
grandes princípios de justiça expostos no Decálogo, e as gloriosas
verdades delineadas no cerimonial simbólico, foram igualmente
obscurecidas, sepultadas sob uma massa de tradições e preceitos
humanos. Os que estavam realmente desejosos de servir a Deus, e
que procuravam observar toda a lei como prescrita pelos sacerdotes
e chefes, vergavam sob pesado fardo.
Como nação, o povo de Israel, conquanto desejando o advento do
Messias, estava de tal modo separado de Deus no coração e na vida
que não podia alcançar verdadeira concepção do caráter ou missão
do prometido Redentor. Em lugar de desejar a redenção do pecado, e
a glória e paz da santidade, tinham o coração posto no libertamento
de seus inimigos nacionais, e a restauração do poder temporal. Eles
esperavam por um Messias que viesse como conquistador, a fim de
quebrar todo jugo, e exaltar Israel ao domínio de todas as nações.
Assim havia Satanás alcançado sucesso em preparar o coração do
povo para que rejeitasse o Salvador quando aparecesse. Seu próprio
orgulho de coração e falsa concepção do caráter e missão do Mes-
sias, impediram-nos de pesar honestamente as evidências de Sua
messianidade.
Durante mais de mil anos, o povo judeu tinha esperado a vinda
do Salvador prometido. Suas esperanças mais brilhantes tinham
repousado neste acontecimento. Durante mil anos, em cântico e pro-
fecia, nos ritos do templo e nas orações domésticas, Seu nome havia
sido entesourado; e no entanto quando Ele veio, não O reconhece-
ram como o Messias por quem haviam tão longamente esperado.
“Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam”.
João 1:11
.
Para o Seu coração amante do mundo, o Amado do Céu era “como
[365]
raiz de uma terra seca”. Aos olhos deles Ele “não tinha parecer
nem formosura”; nEle não discerniam qualquer beleza para que O
desejassem.
Isaías 53:2
.
Toda a vida de Jesus de Nazaré entre o povo judeu era uma
reprovação ao seu egoísmo revelado na indisposição de reconhecer
os justos direitos do Senhor da vinha sobre os que tinham sido