“A casa de Israel”
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preenderam que Ele havia lido os segredos do seu coração. Sua
divindade se sobressaiu com inquestionável poder. Eles viram nos
lavradores uma figura de si mesmos, e involuntariamente exclama-
ram: “Não seja assim”
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Solene e pesaroso Cristo perguntou: “Nunca lestes nas Escri-
turas: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por
cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos
nossos olhos? Portanto Eu vos digo que o reino de Deus vos será
tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos. E quem cair
sobre esta pedra despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair ficará
reduzido a pó”.
Mateus 21:33-44
.
Cristo teria evitado a condenação da nação judaica se o povo O
tivesse recebido. Mas a inveja e o ciúme tornaram-nos implacáveis.
Decidiram que não receberiam a Jesus de Nazaré como o Messias.
Rejeitaram a luz do mundo, e daí em diante suas vidas foram cir-
cundadas com o negror das trevas da meia-noite. A condenação
predita veio sobre a nação judaica. Suas próprias paixões violentas,
incontroladas, operaram sua ruína. Em sua cega ira destruíram-se
uns aos outros. Seu orgulho rebelde e obstinado atraiu sobre eles a
ira dos conquistadores romanos. Jerusalém foi destruída, o templo
foi feito em ruínas, e o sítio onde se erguia foi lavrado como um
campo. Os filhos de Judá pereceram pelas mais horríveis formas de
morte. Milhões foram vendidos para servirem como escravos em
terras pagãs.
Aquilo que Deus propôs realizar em favor do mundo por intermé-
dio de Israel, a nação escolhida, Ele executará afinal por meio de Sua
igreja na Terra hoje. Ele arrendou Sua vinha “a outros lavradores”,
isto é, ao Seu povo que guarda o concerto, e que fielmente dá “os
seus frutos”. Jamais esteve o Senhor sem verdadeiros representantes
na Terra e que fazem do interesse de Deus o seu próprio interesse.
Essas testemunhas do Senhor são contadas entre o Israel espiritual,
e em relação a eles se cumprirão todas as promessas do concerto
feitas por Jeová a Seu antigo povo.
Hoje a igreja de Deus é livre para levar a êxito o plano divino
para a salvação de uma raça perdida. Por muitos séculos o povo de
Deus sofreu restrição de sua liberdade. A pregação do evangelho
em sua pureza foi proibida, e as mais severas penalidades aplica-
das aos que ousaram desobedecer aos mandamentos de homens.