Página 74 - Profetas e Reis (2007)

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Profetas e Reis
ante juízos eles seriam levados ao arrependimento. O decreto do Céu
tinha sido pronunciado; a palavra de Deus não poderia falhar; e com
perigo da própria vida Elias cumpriu destemidamente sua missão.
Como um raio que partisse de um céu claro, a mensagem de juízo
iminente caiu sobre os ouvidos do ímpio rei; mas antes que Acabe
pudesse recobrar-se de seu espanto ou arquitetar uma resposta, Elias
desapareceu tão repentinamente como havia chegado, sem esperar
testemunhar os efeitos de sua mensagem. E o Senhor foi perante ele,
aplainando o caminho. “Vai-te daqui, e vira-te para o Oriente”, foi
ordenado ao profeta, “e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que
está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e Eu tenho
ordenado aos corvos que ali te sustentem”.
1 Reis 17:2-4
.
O rei procurou diligentemente, mas o profeta não foi achado. A
rainha Jezabel, irada com a mensagem que tinha fechado os tesou-
ros do céu, sem perda de tempo confabulou com os sacerdotes de
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Baal, os quais se lhe uniram em amaldiçoar o profeta e desafiar a
ira de Jeová. Não obstante seu desejo de encontrar aquele que havia
pronunciado a palavra de calamidade, estava-lhes destinado o desa-
pontamento. Não podiam eles ocultar de outros o conhecimento dos
juízos pronunciados em conseqüência da predominante apostasia.
A notícia da denúncia que Elias fizera dos pecados de Israel, e sua
profecia da punição próxima a vir, espalhou-se rapidamente através
da terra. Os temores de alguns foram despertados, mas em geral a
mensagem celestial foi recebida com escárnio e ridículo.
As palavras do profeta tiveram cumprimento imediato. Os que a
princípio estavam inclinados a escarnecer ao pensamento da cala-
midade, logo tiveram ocasião para reflexão séria, porque depois de
poucos meses a terra, não refrigerada pelo orvalho nem pela chuva,
tornou-se ressequida e secou-se a vegetação. Com o tempo, os rios
de que nunca se ouvira houvessem secado, começaram a baixar, e
os regatos a minguar. No entanto os dirigentes do povo instavam
com ele a que confiassem no poder de Baal, e desprezassem como
ociosas as palavras do profeta Elias. Os sacerdotes ainda insistiam
em que era pelo poder de Baal que as chuvas caíam. Não temais o
Deus de Elias, nem tremais diante de suas palavras, insistiam eles; é
Baal quem produz as colheitas em sua estação própria, e provê para
o homem e para os animais.