Elias, o tesbita
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A mensagem de Deus a Acabe deu a Jezabel e seus sacerdotes,
bem como a todos os seguidores de Baal e Astarote, a oportunidade
de provar o poder de seus deuses, e, se possível, que a palavra de Elias
era falsa. Contra as positivas afirmações de centenas de sacerdotes
idólatras, a profecia de Elias permaneceu sozinha. Se, não obstante
a declaração do profeta, Baal ainda pudesse dar orvalho e chuva,
de maneira que as correntes continuassem a fluir e a vegetação a
reflorir, que o rei de Israel então o adorasse, e o povo dissesse que
ele era Deus.
Determinados a conservar o povo no engano, os sacerdotes de
Baal continuam a oferecer sacrifícios a seus deuses, e a invocá-
los noite e dia para que refrigerassem a terra. Mediante custosas
oferendas os sacerdotes procuram acalmar a ira de seus deuses; com
zelo e perseverança dignos de melhor causa, demoram-se em torno
de seus altares pagãos, e pedem com insistência a chuva. Noite após
noite através da terra condenada, erguem-se os seus gritos e rogos.
Mas nenhuma nuvem aparece no céu durante o dia para esconder
os causticantes raios do Sol. Nem orvalho nem chuva refrigeram
a terra sedenta. A palavra de Jeová permanece imutável apesar de
tudo quanto os sacerdotes de Baal possam fazer.
Passa-se um ano, e não há chuva. A terra está calcinada como
que pelo fogo. O abrasador calor do Sol destrói a pouca vegetação
que sobreviveu. Os rios secam, e os rebanhos mugindo e balando
vagueiam desesperados de um para outro lugar. Campos outrora
florescentes, tornam-se como escaldantes desertos de areia — uma
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desoladora ruína. Os bosques dedicados ao culto dos ídolos estão
desfolhados; as árvores das florestas, descarnados esqueletos da
natureza, não dão sombra. O ar é seco e sufocante; tempestades de
poeira cegam os olhos e quase impedem a respiração. Cidades e
vilas outrora prósperas tornaram-se lugares de lamento. Fome e sede
atingem homens e animais com terrível mortalidade. A inanição,
com todos os seus horrores, aproxima-se cada vez mais.
Mas não obstante essas evidências do poder de Deus, Israel não
se arrependeu nem aprendeu a lição que Deus intentava ensinar-
lhe. Eles não viram que Aquele que criou a natureza controla suas
leis, e pode fazer delas instrumento de bênção ou de destruição.
Presumidos, enamorados de seu falso culto, não se dispunham a