Página 95 - Vida de Jesus (2008)

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Ressurreição e vitória
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Enquanto José foi conversar com Pilatos, Nicodemos fez os pre-
parativos para o sepultamento. Er
costume, na época, embalsamar
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o corpo com ungüentos preciosos e especiarias, e envolvê-lo com
lençóis de linho. Assim, Nicodemos trouxe cerca de cinqüenta quilos
de um preparado de mirra e aloés, muito caro, para o corpo de Jesus.
Nem a pessoa mais honrada de Jerusalém poderia receber maior
respeito e honra em sua morte. Os humildes seguidores de Cristo
ficaram maravilhados ao ver o interesse demonstrado por esses prín-
cipes ricos no sepultamento de seu Mestre.
Homenagens póstumas
Oprimidos pela tristeza, os discípulos se esqueceram de que
Jesus predissera aqueles acontecimentos. Estavam sem esperança.
Nem José, nem Nicodemos aceitaram a Jesus como Salvador aber-
tamente enquanto Ele vivia, mas tinham ouvido Seus ensinos e
acompanharam bem de perto cada passo de Seu ministério. Embora
os discípulos tivessem esquecido as palavras do Salvador acerca de
Sua morte, José e Nicodemos se lembravam muito bem delas. E as
cenas ligadas com a morte de Jesus, que desanimaram os discípulos
e abalaram sua fé, foram para esses líderes a prova incontestável de
que Jesus era o Messias, levando-os a tomar uma posição firme ao
Seu lado.
O apoio desses homens ricos e honrados foi extremamente opor-
tuno naquela ocasião. Eles podiam fazer por seu Mestre morto o que
era impossível aos pobres discípulos.
Com delicadeza e reverência, removeram da cruz, com as pró-
prias mãos, o corpo de Cristo. Lágrimas de compaixão fluíam livre-
mente ao contemplarem o corpo ferido e dilacerado do Mestre.
José possuía um sepulcro novo, talhado na rocha. Ele o havia
construído para seu próprio uso, mas agora o destinara a Jesus. O
*
O SACRIFÍCIO LEGÍTIMO
Na hora em que Jesus morreu, alguns sacerdotes estavam ministrando no templo em
Jerusalém. Eles sentiram o tremor, e, no mesmo instante, o véu que separava o lugar
santo do santíssimo rasgou-se de alto a baixo pela mesma mão misteriosa que escreveu as
palavras do juízo no palácio de Belsazar. O lugar santíssimo do santuário terrestre não era
mais sagrado. Nunca mais a presença de Deus haveria de cobrir o propiciatório. Jamais o
favor ou desfavor de Deus seria manifestado pela luz ou sombra nas pedras preciosas do
peitoral do sumo sacerdote.