Página 103 - Atos dos Ap

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Liberto da prisão
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Jerusalém. Receava-se que a cena de estar ele sendo levado para
morrer pudesse provocar a compaixão da multidão.
Os sacerdotes e anciãos também temiam que Pedro fizesse um
daqueles poderosos apelos que tinham freqüentemente incitado o
povo a estudar a vida e caráter de Jesus — apelos esses, que eles,
com todos os seus argumentos tinham sido incapazes de contradizer.
O zelo de Pedro em advogar a causa de Cristo, tinha levado muitos a
assumir sua atitude ao lado do evangelho, e os príncipes temiam que
se lhe fosse dada oportunidade para defender sua fé na presença da
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multidão que viera à cidade para adorar, seu livramento seria exigido
das mãos do rei.
Enquanto, sob vários pretextos, a execução de Pedro estava sendo
retardada para depois da páscoa, os membros da igreja tiveram tempo
para examinar profundamente o coração e orar com fervor. Oravam
sem cessar em favor de Pedro, pois achavam que ele não poderia
faltar na obra da pregação. Compreendiam que haviam chegado a
um ponto em que, sem o auxílio especial de Deus, a igreja de Cristo
seria destruída.
Ao mesmo tempo, adoradores de todas as nações procuravam o
templo que havia sido dedicado à adoração de Deus. Resplandecendo
em ouro e pedras preciosas, ostentava um aspecto de magnificência
e encanto. Mas Jeová não seria mais achado nesse palácio de beleza.
Israel, como nação, tinha-se divorciado de Deus. Quando Cristo,
perto do fim de Seu ministério terrestre, olhou pela última vez para o
interior do templo, disse: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta”.
Mateus 23:38
. Até então, Ele tinha considerado o templo como a casa
de Seu Pai, mas ao deixar o Filho de Deus o interior dessas paredes,
a presença de Deus abandonou para sempre o templo construído
para Sua glória.
O dia para a execução de Pedro foi finalmente marcado, mas
ainda as orações dos crentes ascendiam ao Céu; e, enquanto todas
as suas energias e simpatias eram suscitadas em fervorosos pedidos
de auxílio, anjos de Deus estavam a vigiar o apóstolo prisioneiro.
Lembrando-se do anterior libertamento dos apóstolos da prisão,
Herodes tomara desta vez precauções dobradas. Para evitar toda
a possibilidade de escape, Pedro tinha sido posto sob o cuidado
de dezesseis soldados, que, em diferentes vigílias, o guardavam
dia e noite. Em sua cela, fora colocado entre dois soldados, ligado