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Atos dos Apóstolos
que Deus concedesse Sua bênção aos escolhidos apóstolos, ao serem
consagrados para a obra específica a que haviam sido designados.
Em época posterior, o rito da ordenação mediante a imposição
das mãos sofreu muito abuso; ligava-se a esse ato uma insustentável
importância, como se acrescentasse um poder aos que recebiam
essa ordenação, poder que os habilitaria imediatamente para toda e
qualquer obra ministerial. Mas, na separação desses dois apóstolos,
não há registro a indicar que qualquer virtude tenha sido comunicada
pelo simples ato da imposição das mãos. Há unicamente o singelo
relatório de sua ordenação, e da influência que ela teve em sua obra
futura.
As circunstâncias ligadas à separação de Paulo e Barnabé pelo
Espírito Santo, para um definido ramo de serviço, mostram clara-
mente que Deus atua mediante designados instrumentos em Sua
igreja organizada. Anos antes, quando o propósito divino a respeito
de Paulo foi primeiramente revelado a ele, pelo próprio Salvador,
Paulo foi imediatamente depois posto em contato com os membros
da recém-organizada igreja de Damasco. Demais, essa igreja não foi
por mais tempo deixada na ignorância quanto à experiência pessoal
do fariseu convertido. E agora que a divina comissão então dada
devia ser mais plenamente levada a efeito, o Espírito Santo, dando
novamente testemunho a respeito de Paulo como um vaso escolhido
para levar o evangelho aos gentios, impôs à igreja a obra de ordená-
lo e a seu companheiro de trabalho. E enquanto os dirigentes da
igreja de Antioquia estavam servindo ao “Senhor e jejuando, disse o
Espírito Santo: Apartai-Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os
tenho chamado”.
Atos dos Apóstolos 13:2
.
Deus fez de Sua igreja na Terra um conduto de luz, e, por inter-
médio dela comunica Seus desígnios e Sua vontade. Ele não dá a
um de Seus servos uma experiência independente da experiência da
própria igreja, ou a ela contrária. Nem dá a um homem um conheci-
mento de Sua vontade para toda a igreja, enquanto esta — o corpo
de Cristo — é deixada em trevas. Em Sua providência, Ele coloca
Seus servos em íntima relação com a igreja, a fim de que tenham
menos confiança em si mesmos, e mais em outros a quem Ele está
guiando para levarem avante Sua obra.
Tem havido sempre na igreja os que estão constantemente in-
clinados à independência individual. Parecem incapazes de com-