Página 175 - Atos dos Ap

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Corinto
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lhes, não com “palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em
demonstração de Espírito e de poder”.
1 Coríntios 2:2, 4
.
Jesus, a quem Paulo estava prestes a apresentar perante os gregos
em Corinto como o Cristo, era um judeu de origem humilde, criado
em uma cidade proverbial por sua perversidade. Havia sido rejeitado
por Sua própria nação, sendo afinal crucificado como malfeitor. Os
gregos criam na necessidade do reerguimento da raça humana, mas
consideravam o estudo da filosofia e da ciência como o único meio
de atingir a verdadeira elevação e honra. Poderia Paulo levá-los a
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crer que a fé no poder desse obscuro Judeu elevaria e enobreceria
cada faculdade do ser?
Para o entendimento de multidões que vivem no presente, a cruz
do Calvário está cercada de sagradas recordações. Santas associa-
ções estão relacionadas com as cenas da crucifixão. Mas nos dias de
Paulo, a cruz era olhada com sentimentos de repulsa e horror. Exaltar
como o Salvador da humanidade Aquele que havia encontrado a
morte sobre a cruz poderia, naturalmente, despertar o ridículo e a
oposição.
Paulo bem sabia como sua mensagem seria considerada tanto
pelos judeus como pelos gregos de Corinto. “Nós pregamos a Cristo
crucificado”, admitiu ele, “que é escândalo para os judeus, e loucura
para os gregos”.
1 Coríntios 1:23
. Entre seus ouvintes judeus havia
muitos que ficariam irados com a mensagem que ele estava para
proclamar. Na avaliação dos gregos, suas palavras seriam absurda
loucura. Ele seria considerado como um débil mental ao tentar
mostrar como a cruz poderia ter alguma relação com o reerguimento
da raça ou a salvação da humanidade.
Mas para Paulo, a cruz era o único objeto de supremo interesse.
Desde que fora detido em sua carreira de perseguição contra os
seguidores do crucificado Nazareno, jamais cessara de se gloriar na
cruz. Nesse tempo, fora-lhe dada uma revelação do infinito amor de
Deus, como revelado na morte de Cristo; e maravilhosa transforma-
ção tinha-se operado em sua vida, pondo em harmonia com o Céu
todos os seus planos e propósitos. Desde esse momento tornara-se
um novo homem em Cristo. Ele sabia por experiência pessoal que
quando um pecador uma vez contempla o amor do Pai, como se vê
no sacrifício de Seu Filho, e se rende à divina influência, tem lugar
uma mudança de coração e, desde então, Cristo é tudo em todos.