Condenado à morte
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nossos corpos”.
2 Coríntios 4:6-10
. Sua suficiência não estava em
si mesmo, mas na presença e na operação do divino Espírito que
lhe enchia o coração, e levava cativo todo o entendimento à vontade
de Cristo. O profeta declarou: “Tu conservarás em paz aquele cuja
mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti”.
Isaías 26:3
. A
paz celestial que o semblante de Paulo irradiava ganhou muitos
conversos para o evangelho.
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Paulo levava consigo a atmosfera do Céu. Todos os que com
ele se associavam sentiam a influência de sua união com Cristo. O
fato de que sua própria vida exemplificava a verdade que pregava,
dava a sua pregação um convincente poder. Nisto reside o poder
da verdade. A influência espontânea e inconsciente de uma vida
santa é o mais convincente sermão que se pode fazer em favor do
cristianismo. O argumento, mesmo quando seja irrespondível, pode
só provocar oposição; mas o exemplo piedoso tem um poder a que é
impossível resistir completamente.
O apóstolo perdeu de vista os próprios sofrimentos, que se apro-
ximavam, em sua solicitude por aqueles que ele estava prestes a
deixar a lutar com o preconceito, ódio e perseguição. Os poucos
cristãos que o acompanharam para o local da execução, ele se esfor-
çou por fortalecer e animar, repetindo as promessas feitas àqueles
que são perseguidos por causa da justiça. Assegurou-lhes que nada
falharia de tudo aquilo que o Senhor falara com respeito a Seus
filhos provados e fiéis. Por algum tempo poderiam estar sob o peso
de multiformes tentações; poderiam achar-se destituídos de conforto
terrestre; poderiam, porém, animar o coração com a certeza da fide-
lidade de Deus, dizendo: “Eu sei em quem tenho crido, e estou certo
de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”.
2
Timóteo 1:12
. Logo terminaria a noite de provações e sofrimentos,
e raiaria a alegre manhã da paz e do dia perfeito.
O apóstolo estava a olhar para o grande além, não com incerteza
ou terror, mas com esperança e anelante expectativa. Ao encontrar-se
no lugar do martírio, não via a espada do carrasco ou a terra que tão
logo haveria de receber o seu sangue; olhava, através do calmo céu
azul daquele dia de verão, para o trono do Eterno.
Esse homem de fé contemplava a escada da visão de Jacó, que
representa Cristo, e que ligou a Terra com o Céu, o homem finito
com o infinito Deus. Sua fé se fortaleceu na recordação de como os