O emprego de remédios
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organismo se desequilibrou por excesso de trabalho, de comida ou
de outras irregularidades, não tenteis ajustar a desordem ajuntando
uma carga de venenosos medicamentos.
A intemperança no comer é muitas vezes a causa da doença, e
o que a natureza precisa mais é ser aliviada da indevida carga que
lhe foi imposta. Em muitos casos de doença, o melhor remédio é
o paciente jejuar por uma ou duas refeições, a fim de que os so-
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brecarregados órgãos digestivos tenham oportunidade de descansar.
Um regime de frutas por alguns dias tem muitas vezes produzido
grande benefício aos que trabalham com o cérebro. Muitas vezes
um breve período de inteira abstinência de comida, seguido de ali-
mento simples e moderadamente tomado, tem levado à cura por
meio dos próprios esforços recuperadores da natureza. Um regime
de abstinência por um ou dois meses, haveria de convencer a muitos
sofredores que a vereda da abnegação é o caminho para a saúde.
O repouso como remédio
— Alguns se tornam doentes por
excesso de trabalho. Para esses, o descanso, a libertação do cuidado
e um regime reduzido são essenciais à restauração da saúde. Para
os que estão mentalmente fatigados e nervosos devido a trabalho
contínuo e restrita limitação de ambiente, uma visita ao campo,
onde podem viver uma vida simples, livre de cuidado, pondo-se em
íntimo contato com as coisas da natureza, será muito salutar. Vagar
pelos campos e matas, apanhando flores, escutando os cânticos dos
pássaros, fará por seu restabelecimento incomparavelmente mais
que qualquer outro meio.
Na saúde e na doença, a água pura é uma das mais excelentes
bênçãos do Céu. Foi a bebida provida por Deus para saciar a sede
de homens e animais. Bebida abundantemente, ela ajuda a suprir
as necessidades do organismo, e a natureza em resistir à doença. A
aplicação externa da água é um dos mais fáceis e mais satisfatórios
meios de regular a circulação do sangue. Um banho frio ou fresco é
excelente tônico. O banho quente abre os poros, auxiliando assim na
eliminação das impurezas. Tanto os banhos quentes como os neutros
acalmam os nervos e equilibram a circulação.
Muitos há, porém, que nunca aprenderam por experiência os
benéficos efeitos do devido uso da água, têm medo dela. Os tra-
tamentos hidroterápicos não são apreciados como deviam ser, e
aplicá-los bem requer trabalho que muitos não estão dispostos a