O comércio de bebidas e a proibição
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Das terras chamadas cristãs, é a praga levada às regiões da idola-
tria. Os pobres e ignorantes selvagens são ensinados a beber. Mesmo
entre os pagãos, homens de inteligência reconhecem e protestam
contra o álcool como veneno mortífero; em vão, porém, têm eles pro-
curado proteger sua terra contra as devastações que ele traz. Povos
civilizados forçam a entrada do fumo, do álcool e do ópio entre as
nações pagãs. As desenfreadas paixões dos selvagens, estimuladas
pelo álcool, arrastam-nos a uma degradação antes desconhecida,
tornando-se empreendimento quase desesperado o envio de missio-
nários a essas terras.
Mediante seu contato com os povos que lhes deviam ter dado
o conhecimento de Deus, são os pagãos levados a vícios que têm
causado a destruição de tribos e nações inteiras. E por isso, nos
lugares obscurecidos da Terra, os homens das nações civilizadas são
odiados.
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A responsabilidade da igreja
— O interesse da bebida é um
poder no mundo. Ele tem de seu lado as forças conjugadas do di-
nheiro, do hábito e do apetite. Seu poder faz-se sentir na própria
igreja. Homens cujo dinheiro foi ganho, direta ou indiretamente,
no tráfico das bebidas alcoólicas, são membros de igrejas, de boa
reputação. Muitos deles dão liberalmente para as obras populares de
caridade. Suas contribuições ajudam a manter os empreendimentos
da igreja e a sustentar seus pastores. Impõem a consideração dis-
pensada ao poder do dinheiro. As igrejas que aceitam tais membros
estão virtualmente apoiando o comércio de bebidas. Com demasiada
freqüência o pastor não tem a coragem de ficar ao lado do direito.
Ele não declara ao povo o que Deus disse a respeito da obra do
vendedor de bebidas. Falar claramente seria ofender a congregação,
sacrificar a popularidade, perder o salário.
Acima do tribunal da igreja, porém, encontra-se o tribunal de
Deus. Aquele que declarou ao primeiro assassino: “A voz do sangue
do teu irmão clama a Mim desde a terra” (
Gênesis 4:10
), não aceitará
para Seu altar as dádivas do traficante de bebidas). Sua ira se acende
contra os que tentam cobrir a própria culpa com a capa da liberdade.
Seu dinheiro é manchado de sangue. Está sobre ele uma maldição.
O bebedor é capaz de coisas melhores. Foi dotado de talentos
com que possa honrar a Deus e beneficiar o mundo; mas seus se-
melhantes lhe puseram uma armadilha à alma, e edificam-se à custa