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O Desejado de Todas as Nações
saúde física e espiritual. Escutaram as pregações dos apóstolos, e a
entrada da Palavra de Deus em seu coração lhes dera entendimento.
Tornaram-se instrumentos da misericórdia de Deus, de Sua salvação.
A multidão que fugira do templo, passado algum tempo, foi vol-
tando devagar. Haviam-se recobrado em parte do terror que deles se
apoderara, mas suas fisionomias exprimiam irresolução e timidez.
Olhavam com pasmo as obras de Jesus, e ficavam convencidos de
que nEle tinham cumprimento as profecias concernentes ao Messias.
O pecado de profanação do templo cabia, em grande parte, aos sacer-
dotes. Fora por arranjos da parte deles que o pátio se transformara em
mercado. O povo era relativamente inocente. Foi impressionado pela
divina autoridade de Jesus; mas para ele a influência dos sacerdotes
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e principais era suprema. Estes consideravam a missão de Cristo
como uma inovação, e punham em dúvida Seu direito de interferir
naquilo que era permitido por autoridades do templo. Ofenderam-se
por haver sido interrompido o comércio, e sufocaram as convicções
originadas pelo Espírito Santo.
Mais que quaisquer outros, deviam os sacerdotes e principais ter
visto que Jesus era o ungido do Senhor; pois tinham nas próprias
mãos os rolos que Lhe descreviam a missão, e sabiam que a puri-
ficação do templo era uma manifestação de poder sobre-humano.
A despeito de aborrecerem a Jesus, não se podiam eximir ao pen-
samento de que fosse um profeta enviado por Deus, para restaurar
a santidade do templo. Com uma deferência nascida desse temor,
a Ele se dirigiram com a indagação: “Que sinal nos mostras para
fazeres isto?”
João 2:18
.
Jesus lhes mostrara um sinal. Fazendo com que a luz brilhasse
no coração deles, e realizando em sua presença as obras que o
Messias devia efetuar, dera convincentes provas de Seu caráter. Ora,
ao pedirem um sinal, respondeu-lhes por meio de uma parábola,
mostrando que lhes lia a malevolência, e via a que ponto esta os
levaria. “Derribai este templo”, disse, “e em três dias o levantarei”.
João 2:19
.
Essas palavras encerravam um duplo sentido. Ele não Se referia
somente à destruição do templo judaico e do culto, mas a Sua própria
morte — a destruição do templo de Seu corpo. Esta os judeus
estavam já tramando. Quando os sacerdotes e principais voltaram
ao templo, haviam-se proposto matar Jesus, livrando-se assim do