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O Desejado de Todas as Nações
berem, porém, o convite do Salvador, não hesitaram nem inquiriram:
“Como hei de viver, e sustentar minha família?” Obedeceram ao
chamado; e quando, posteriormente, Jesus lhes perguntou: “Quando
vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura
alguma coisa?” puderam responder: “Nada”.
Lucas 22:35
.
A Mateus em sua riqueza, como a André e Pedro em sua pobreza,
a mesma prova foi apresentada; a mesma consagração foi feita por
cada um. No momento do êxito, quando as redes estavam cheias de
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peixe, e mais fortes eram os impulsos do viver anterior, Jesus pediu
aos discípulos junto ao mar que abandonassem tudo pela obra do
evangelho. Assim toda pessoa é provada quanto a seu mais forte
desejo — se bens temporais, se a companhia de Cristo.
O princípio é sempre de caráter exigente. Homem algum pode
ser bem-sucedido no serviço de Deus, a menos que nele ponha in-
teiro o coração, e considere todas as coisas por perda pela excelência
do conhecimento de Cristo. Ninguém que faça qualquer reserva pode
ser discípulo de Cristo, e muito menos Seu colaborador. Quando os
homens apreciam a grande salvação, o espírito de sacrifício obser-
vado na vida de Cristo ver-se-á na sua. Por onde quer que Ele os
guie, acompanhá-Lo-ão contentes.
A vocação de Mateus para ser um dos discípulos de Cristo, des-
pertou grande indignação. Que um mestre de religião escolhesse um
publicano como um de seus imediatos assistentes, era uma ofensa
contra os costumes religiosos, sociais e nacionais. Procurando es-
timular os preconceitos do povo, os fariseus esperavam voltar a
corrente dos sentimentos populares contra Jesus.
Criou-se entre os publicanos amplo interesse. Seu coração foi
atraído para o divino Mestre. Na alegria de seu novo discipulado,
desejou Mateus levar seus antigos companheiros a Jesus. Fez, por-
tanto, um banquete em sua casa, reunindo os parentes e amigos. Não
somente publicanos foram incluídos, mas muitos outros de duvidosa
reputação, proscritos por seus mais escrupulosos vizinhos.
A festa foi oferecida em honra de Jesus, e Este não hesitou em
aceitar a gentileza. Bem sabia que isso daria motivo de escândalo ao
partido dos fariseus, comprometendo-O também aos olhos do povo.
Nenhuma questão de política, entretanto, podia influenciar-Lhe os
movimentos. Para Ele, as distinções exteriores não tinham valor. O
que Lhe falava ao coração era a sede pela água da vida.