Página 229 - O Desejado de Todas as Na

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Levi Mateus
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Jesus Se sentou como hóspede honrado à mesa dos publicanos,
mostrando, por Sua simpatia e amabilidade social, reconhecer a
dignidade humana; e os homens anelavam tornar-se dignos de Sua
confiança. As palavras de Seus lábios caíam no sedento coração
deles com um bendito e vivificante poder. Despertavam-se novos
impulsos, e a esses excluídos da sociedade abriu-se a possibilidade
de uma nova vida.
Em reuniões como essa, não poucos foram impressionados pelos
ensinos do Salvador, os quais não O reconheceram senão depois de
Sua ascensão. Quando o Espírito Santo foi derramado, e três mil se
converteram num dia, houve entre eles muitos que tinham ouvido
primeiramente a verdade à mesa dos publicanos, e alguns desses se
tornaram mensageiros do evangelho. Ao próprio Mateus, o exemplo
de Jesus na festa era uma lição constante. O desprezado publicano,
tornou-se um dos mais devotados evangelistas, seguindo, em seu
ministério, bem de perto, os passos do Mestre.
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Quando os rabis ouviram falar da presença de Jesus na festa de
Mateus, apoderaram-se da oportunidade de O acusar. Procuraram,
porém, operar por intermédio dos discípulos. Buscando despertar-
lhes os preconceitos, esperavam separá-los do Mestre. Era sua po-
lítica, acusar Cristo perante os discípulos, e estes perante Cristo,
alvejando onde lhes parecia mais fácil ferir. Tem sido essa a maneira
por que Satanás tem operado sempre, desde a desarmonia no Céu; e
todos quantos procuram causar discórdia e separação são atuados
por seu espírito.
“Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecado-
res?” indagaram os invejosos rabis.
Mateus 9:11
. Jesus não esperou
que os discípulos respondessem à acusação, mas replicou Ele pró-
prio: “Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes. Ide,
porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacri-
fício. Porque Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao
arrependimento”.
Mateus 9:12, 13
. Os fariseus pretendiam ser espiri-
tualmente sãos e portanto, não necessitados de médico, ao passo que
consideravam os publicanos e gentios como perecendo das moléstias
espirituais. Não era, pois, Sua obra, como médico, procurar a própria
classe que Lhe necessitava o auxílio?
Conquanto os fariseus presumissem tanto de si, encontravam-se
na verdade em piores condições que aqueles a quem desprezavam.